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Bethânia lê poemas desde pequena e mostra isso nos shows | João Milet Meirelles/Divulgação
Bethânia lê poemas desde pequena e mostra isso nos shows| Foto: João Milet Meirelles/Divulgação

Roteiro

A Gazeta do Povo conseguiu, com a produção de Maria Bethânia, o roteiro do espetáculo que será apresentado em Curitiba na próxima terça-feira (3). Confira:

Início

Bethânia entra no palco do Pequeno Auditório do Teatro Positivo, por volta das 21 horas, e faz uma citação a Iansã e, em seguida, lê texto de Wally Salomão e canta Vou Aprender a Ler (Domínio Público). Canta Jenipapo Absoluto, de Caetano Veloso, e declama texto de Jorge de Lima, seguido de um outro texto de Guimarães Rosa e mais um poema de Antonio Vieira. Cita um fragmento de Ascenso Ferreira, canta Trenzinho Caipira, de Heitor Villa Lobos. Lê "Trem de Ferro", de Manuel Bandeira.

Improviso

De acordo com a assessoria de comunicação, o roteiro está sujeito a alterações, mas inclui, além do trecho inicial, já citado, a canção "Marinheiro Só", na adaptação de Caetano Veloso, a declamação de vários textos de Fernando Pessoa (de mais de um dos heterônimos do poeta português), e a leitura da prosa de Bruna Lombardi e da poesia de Castro Alves.

Final

O desfecho do show é marcado pela canção "Língua", de Caetano Veloso, seguida da leitura de texto de Clarice Lispector. O final depende do que a cantora planejar no dia.

Maria Bethânia (confra o serviço no Guia Gazeta do Povo), de 64 anos, estará em Curitiba nesta terça-feira (3), para apresentar, no palco do Pequeno Auditório do Teatro Positivo, o espetáculo Bethânia e as Palavras, no qual ela declama poemas e também interpreta canções, acompanhada de Jaime Além (violão) e Carlos Cesar (percussão). Os ingressos estão esgotados.

A cantora baiana não está concedendo entrevistas, de acordo com a assessoria de imprensa, "por estar com a agenda cheia". Mas, apesar da justificativa, possivelmente Bethânia passou a evitar a imprensa devido à polêmica envolvendo o seu projeto O Mundo Precisa de Poesia, que foi aprovado pela Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC), do Ministério da Cultura, e recebeu autorização para captar, entre empresas brasileiras, até R$ 1,3 milhão para criar um blog de poesia.

Coincidentemente, até meados de março, antes de o polêmico blog se tornar notícia, Bethânia concedia entrevistas a respeito desse espetáculo que, agora, será apresentado na capital paranaense. Ao Estado de Minas, ela explicou o início de sua relação com as palavras. "No colégio falava muito. Era conversadeira", disse, ao jornalista Ailton Magioli, que assina a matéria Conversa Mágica, publicada no jornal mineiro no dia 16 de março.

A Magioli, ela também contou que foi um professor-poeta, Nestor Oliveira, quem primeiro a estimulou a declamar e a escrever poesia, quando ainda era menina e morava em Santo Amaro, na Bahia. "Ele [Nestor Oliveira] era exigentíssimo com a finura no português, com o aprender a falar direitinho, elegante, gostar das palavras. Disso me lembro muito bem", afirmou, na reportagem publicada pelo Estado de Minas.

Palavra puxa palavra

Bethânia também teve outro incentivador, que morava dentro de sua casa: o irmão Caetano Veloso, que desde muito é um leitor. O tempo passou, ela se tornou uma cantora profissional, reconhecida e admirada no Brasil e no exterior. E, durante a sua trajetória, a artista também chamou a atenção por declamar poemas em suas apresentações musicais, principalmente textos do poeta português Fernando Pessoa.

O show Bethânia e as Palavras começou a ser esboçado em 2009, quando a cantora foi convidada, pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), para o ciclo de conferências Sentimentos do Mundo. Meses depois, a Casa do Saber (RJ) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUCRJ) também a convidaram para realizar leituras de poesia.

Agora, com o patrocínio do Icatu Seguros, Bethânia viaja pelo Brasil com um espetáculo formatado. Em cena, ela lê textos de autores brasileiros, por exemplo, de Guimarães Rosa, Manuel Bandeira e Fausto Fawcet, e também do moçambicano José Craveirinha, entre outros, além cantar trechos de canções, entre as quais "Dança da Solidão", de Paulinho da Viola" e "Romaria", de Renato Teixeira.

E, naturalmente, não poderia deixar de declamar textos de Fernando Pessoa. "É o poeta de mi­­nha vida. É a minha tradução mais fiel", diz, a cantora, no texto de divulgação do espetáculo.

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