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“Ao mesmo tempo em que é um drama familiar, A Busca também é um thriller, tem um mistério. O meu personagem empreende uma jornada muito interessante de transformação, de autoconhecimento.” -Wagner Moura, ator | Divulgação
“Ao mesmo tempo em que é um drama familiar, A Busca também é um thriller, tem um mistério. O meu personagem empreende uma jornada muito interessante de transformação, de autoconhecimento.” -Wagner Moura, ator| Foto: Divulgação
  • Em A Busca, ator vive um pai em busca do filho sumido

Nos palcos, ele já encarou um dos maiores desafios que um ator de qualquer nacionalidade pode enfrentar: viveu Hamlet, no clássico de William Shakespeare, sob a direção de Aderbal Freire-Filho. E entrou para a história do cinema brasileiro como o controverso capitão Nascimento, protagonista de Tropa de Elite 1 e 2, este segundo o longa-metragem nacional de maior bilheteria de todos os tempos. Na próxima sexta-feira, Wagner Moura, baiano do município de Rodelas, estará de volta às telas no thriller dramático A Busca, vencedor do prêmio de melhor filme (ficção) pelo júri popular do Festival do Rio 2012.

ÁUDIO: Ouça trechos da entrevista com o ator Wagner Moura

Primeiro longa do cineasta paulista, radicado no Rio de Janeiro, Luciano Moura, A Busca traz Moura no papel de Théo, um médico que acaba de se separar da mulher, Branca (Mariana Lima), com quem vive uma relação ainda bastante tumultuada, marcada por sentimentos contraditórios: ele não desejou o rompimento, decisão da mulher.

Mesmo vivendo em casas separadas, o casal ainda se vê muito, por conta de Pedro, seu filho adolescente, vivido por Brás Antunes (filho do compositor e poeta Arnaldo Antunes).

Às vésperas do aniversário do garoto, a relação entre Théo e Pedro azeda. O menino não quer fazer um intercâmbio cultural no exterior, vontade do pai, e, para piorar a situação, vem trocando correspondências com o avô (Lima Duarte), que abandonou a família quando Théo era pequeno, causando-lhe uma mágoa imensa.

Essa escalada de conflitos e desentendimentos culmina com o desaparecimento, sem qualquer explicação, de Pedro. O sumiço, naturalmente, deixa os pais desesperados e Théo, tomado pela culpa de talvez ter sido responsável, larga tudo à procura do garoto.

Em entrevista à Gazeta do Povo, concedida por telefone, do Rio de Janeiro, Wagner conta que conheceu Luciano Moura por intermédio do diretor Cláudio Torres, com quem fez o sucesso O Homem do Futuro. A impressão que teve do cineasta, diz o ator, foi bastante positiva e, embora a possibilidade de trabalharem juntos até tenha sido mencionada nesse primeiro contato, o roteiro de A Busca só chegou às mãos do ator um bom tempo depois. Após a leitura, ficou muito entusiasmado com o produto da parceria de Moura com Elena Soárez.

"Há ainda no cinema brasileiro uma escassez de bons roteiros, sobretudo de filmes dramáticos, que ofereçam arcos dramáticos complexos e interessantes aos atores. Ao mesmo tempo em que é um drama familiar, A Busca também é um thriller, tem um mistério. O meu personagem empreende uma jornada muito interessante de transformação, de autoconhecimento", afirma Wagner sobre o longa, que também é um road movie, já que boa parte da ação se passa na estrada. "É quase uma fábula."

O ator também ressalta que, na ânsia de fazer filmes de preocupação social, ou de comédias com grande potencial comercial, os dramas, sobretudo focados nos dilemas da classe média, acabam sendo muito pouco produzidos pelo cinema brasileiro. "Acho que há um certo consenso de que a televisão, as novelas, já se ocupam desse universo."

Carreira internacional

Com a visibilidade que os filmes da franquia Tropa de Elite alcançaram – o original venceu o Urso de Ouro no Festival de Berlim, em 2008 –, era natural que um ator com a versatilidade e o talento de Wagner acabasse sendo alvo de interesse de produtores internacionais.

Em agosto deste ano, chega aos cinemas norte-americanos Elysium, ficção científica do sul-africano Neill Blomkamp, diretor de Distrito 9, indicado ao Oscar de melhor filme. Na produção, estrelada por Matt Damon e Jodie Foster, Wagner vive um dos papéis principais, mas, por razões contratuais, não pode antecipar muitas informações sobre seu personagem.

Sabe-se, no entanto, que a ação se passa em 2159, quando os muito ricos vivem em uma estação espacial enquanto o resto da população ainda reside na Terra, um planeta em ruínas onde um homem (Damon) assume a missão de tentar equalizar as condições de vida nos dois mundos.

Moura também está confirmado para protagonizar Fellini Black and White, de Henry Bromell (roteirista da série Homeland), no qual viverá o papel do cineasta italiano, diretor de 81/2 e Amarcord. O filme se passa em 1957, quando Fellini (Wagner Moura) visitou Los Angeles para participar da cerimônia de entrega do Oscar. Na ocasião, ficou sumido por 48 horas e quase perdeu a festa. O longa resgata o que teria se passado nesses dois dias. "É um projeto muito legal. Foi adiado, mas deverá ser realizado até o ano que vem."

Embora entusiasmado com a perspectiva de atuar em outros idiomas, fora do Brasil, Wagner diz não pensar em termos de uma "carreira internacional". "O que me interessa é fazer bons trabalhos, interpretar personagens interessantes, que me desafiem."

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