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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

A interação das artes na UFPR

O 1.º Seminário de Estudos Interartes da Universidade Federal do Paraná (UFPR) começa hoje, às 20 horas, com a apresentação do Projeto Música Nova em Curitiba e Coral da UFPR no Teatro da Reitoria (R. XV de Novembro, 1.299), (41) 3360-5066.

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Na quinta edição do Prêmio Portugal Telecom – ao lado do Jabuti, a mais importante premiação da literatura brasileira –, um dos vencedores estava ausente: o paranaense Dalton Trevisan, que recebeu o 2.º lugar (1.º entre os brasileiros) e R$ 35 mil, por seu livro de contos Macho não Ganha Flor, foi representado pela gerente de imprensa da Editora Record, Gabriela Máximo. O "vampiro de Curitiba" não dá entrevistas tampouco comparece a eventos literários. Mas surpreendeu a platéia ao enviar um texto sobre sua visão da literatura (na verdade, uma colagem de frases retiradas de seus contos):

"Só a obra interessa. O autor não vale o personagem. O conto é sempre melhor que o contista. Vampiro sim, de almas. Espião de corações solitários, escorpião de bote armado. Eis o contista. Só invente o vampiro que exista. Com sorte, você adivinha o que não sabe. Para escrever mil novos contos, a vida inteira é curta. Uma história nunca termina. Ela continua depois de você. Um escritor nunca se realiza. A obra é sempre inferior aos sonhos. Fazendo as contas percebe que negou o sonho, traiu a obra, cambiou a vida por nada. O melhor conto só se escreve com tua mão torta, teu avesso, teu coração danado. Todas as histórias, a mesma história, uma nova história. O conto não tem mais fim senão começo. Quem me dera o estilo do suicida em seu último bilhete."

A declaração de Trevisan foi a maior surpresa da noite que teve no escritor angolano Gonçalo M. Tavares o grande vencedor. Tavares recebeu o 1.º lugar e R$ 100 mil pelo romance Jerusalém, que se passa em um hospício e realiza uma investigação sobre o horror e a maldade nas relações humanas.

"Para mim, há duas frases que eu sempre repito: ‘Estar atento!’ e ‘Não te esqueças!’. Elas devem estar presente em todas as sociedades. Uma das coisas mais estúpidas é as pessoas não darem valor à História. Ela ensina que na origem das grandes guerras está sempre o desemprego e é nesses períodos que aparecem os ditadores", declarou o escritor, que publicou seu primeiro livro em 2001 e, desde então, já lançou 16 títulos e conquistou a crítica.

O 3.º lugar e o prêmio de R$ 10 mil foi dado a Teixeira Coelho, autor de História Natural da Ditadura, um livro que, segundo o autor, levou 20 anos para ser escrito. "Uma das coisas que me levaram a escrever esse livro foi a sensação de que nada aconteceu no Brasil, de que a ditadura não existiu. Isso me leva a pensar que de um momento a outro pode voltar a acontecer", explicou.

Lusofonia

A novidade da premiação deste ano ficou por conta da inclusão de escritores de língua portuguesa de outros países que não o Brasil. A iniciativa busca aproximar o evento de prêmios como o Goncourt, que desde 1903 homenageia o melhor livro de língua francesa, e o Booker Prize, para escritores britânicos de língua inglesa. "Quando eu falo que sou um escritor português, tenho atrás de mim 10 milhões de pessoas. Mas ao ser um escritor em língua portuguesa, estamos falando de 200 milhões", lembrou Tavares, que defendeu a importância de uma ligação maior entre as pessoas que falam português.

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