O nome do ator Nicolas Cage no cartaz de um filme tornou-se garantia de porcaria. Trinta anos depois de despontar e duas décadas após ter vencido um Oscar, Cage parece ter desistido de atuar e em seus últimos trabalhos só consegue correr e gritar.
Em O Imperador, ele vive um guerreiro medieval assombrado pelos demônios da cristandade. Mas logo depois da movimentada cena de abertura, da tomada de uma fortaleza em Bagdá, Cage desaparece e só ressurge para constrangedores momentos como um mestre de frases feitas.
No seu lugar, Hayden Christensen, estrela que se apagou antes de brilhar, desempenha a função de isca para o público que ainda se lembra dele como o jovem Darth Vader no "reboot" da saga Star Wars (Ataque dos Clones, em 2002, e A Vingança dos Sith, em 2005).
Como um herói depois da queda, Christensen passa a proteger o pequeno herdeiro de um trono na antiga China das ameaças de um irmão mais velho ambicioso e patife. A trama nada mais é que um fiapo para a sucessão de lutas, fugas e astúcias entremeada com a esquemática jornada do herói.
Narrativa
Inspirado nos clássicos filmes de ação de Hong Kong, O Imperador despreza a atenção à narrativa para se concentrar nos combates. Para isso, a produção escalou como diretor o dublê e coreógrafo Nick Powell, cujas habilidades não resolvem o problema de como contar a história.
Entre um combate e outro, o filme se arrasta em torno de exemplos típicos de livros de autoajuda, ambientados numa China padronizada para o paladar global.
Ou seja, mesmo quem apenas busca ação só a encontra se sobreviver aos longos minutos de sabedoria.
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