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"Me diverti muito no set"

Milhem Cortaz, que interpreta o Barão, líder do bando de assaltantes em Assalto ao Banco Central, conversou com a Gazeta do Povo por telefone

Leia a entrevista

Assalto ao Banco Central (veja horários das sessões; atenção à data de validade da programação em cinza), primeiro filme dirigido pelo ator Marcos Paulo, explora um velho tema do cinema policial: o grande roubo. Mais lembrado pelos filmes O Grande Golpe, de Stanley Kubrick e Onze Homens e Um Segredo – seja o estrelado pelo Rat Pack ou a versão mais recente, com George Clooney e Brad Pitt –, esse subgênero é conhecido por inverter a empatia do público, que torce contra a polícia e a favor dos bandidos.

No filme de Paulo, porém, a simpatia com os ladrões que fizeram o maior roubo a banco da história do Brasil – em 2005, uma quadrilha levou do Banco Central de Fortaleza (CE) uma quantia estimada em R$154 milhões por meio de um túnel cavado debaixo do prédio federal – vai apenas até o ponto em que a inteligência para arquitetar o plano dá lugar à fragilidade emocional e a uma fraqueza de espírito que permite que parte do bando seja capturado.

Explorando o lado psicológico dos integrantes da quadrilha após o assalto, o diretor coloca em cena a figura dos investigadores que chegaram aos acusados com pistas que souberam administrar. Talvez seja essa transferência de atenção o mérito do filme que estreia hoje.

A obra reuniu um elenco de peso: Milhem Cortaz [leia a entrevista na página 4], Gero Camilo, Tonico Pereira e Hermila Guedes entre os criminosos e Lima Duarte e Giulia Gam entre os policiais, além de Vinícius de Oliveira, o garoto descoberto por Walter Salles em Central do Brasil, que interpreta o religioso irmão caçula de Carla, primeira-dama da quadrilha. A qualidade do time, porém, ficou apagada pela fraca direção de Marcos Paulo e pelo roteiro de Renê Belmonte e Lucio Manfredi. Com diálogos desnecessários e forte falta de timing, enquadramentos plasticamente feios e muitos personagens que nada mais fazem do que reforçar estereótipos, destacam-se no filme os atores mais experientes: Lima Duarte, Gero Camilo e Tonico Pereira. Mesmo o excelente Milhem Cortaz não parecia muito à vontade com o jeitão soturno e tácito do personagem Barão.

O resultado é um filme morno. Como comédia não é muito engraçado, e, como suspense, tampouco empolga, mas acaba sendo um bom cinema de entretenimento. Nada muito além disso. GG1/2

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