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Os melhores atores Matthew McConaughey e Cate Blanchett posam junto aos melhores coadjuvantes Lupita Nyong’o e Jared Leto: quatro performances arrebatadoras | Mario Anzuon/ Reuters
Os melhores atores Matthew McConaughey e Cate Blanchett posam junto aos melhores coadjuvantes Lupita Nyong’o e Jared Leto: quatro performances arrebatadoras| Foto: Mario Anzuon/ Reuters

Premiados

Confira a lista completa dos vencedores:

Filme

• 12 Anos de Escravidão

Ator

• Matthew McConaughey, Clube de Compras Dallas

Atriz

• Cate Blanchett, Blue Jasmine

Direção

• Alfonso Cuarón, Gravidade

Ator Coadjuvante

• Jared Leto, Clube de Compras Dallas

Atriz Coadjuvante

• Lupita Nyong’o, 12 Anos de Escravidão

Animação

Longa-metragem

• Frozen

Fotografia

• Gravidade

Documentário

Longa-metragem

• A um Passo do Estrelato

Documentário

Curta-metragem

• The Lady in Number 6: Music Saved My Life

Montagem

• Gravidade

Filme Estrangeiro

• A Grande Beleza

Maquiagem

• Clube de Compras Dallas

Roteiro Original

• Ela

Roteiro Adaptado

• 12 Anos de Escravidão

Trilha Sonora

• Gravidade

Canção

• "Let It Go", Frozen

Animação

Curta-metragem

• Mr. Hublot

Curta-metragem

• Helium

Edição de Som

• Gravidade

Mixagem de Som

• Gravidade

Efeitos Visuais

• Gravidade

Figurino

• O Grande Gatsby

Design de Produção

• O Grande Gatsby

  • O diretor Steve McQueen celebra ao lado do elenco de 12 Anos de Escravidão, o grande vencedor da noite
  • Spike Jonze (à esq.), vencedor do Oscar de melhor roteiro original por Ela, beija o cineasta Alfonso Cuarón, premiado pela direção de Gravidade: estatuetas mais que merecidas

O Oscar de melhor filme concedido a 12 Anos de Escravidão no último domingo foi bem além de reconhecer as qualidades estéticas e técnicas do drama histórico dirigido pelo cineasta britânico Steve McQueen. O longa-metragem, adaptação do livro autobiográfico de Solomon Northup, homem livre que foi raptado e vendido como escravo no sul dos Estados Unidos em 1841, ganhou um peso sobretudo político ao longo dos meses que antecederam a cerimônia de entrega dos prêmios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood.

12 Anos de Escravidão tornou-se um filme "relevante", "importante". O governo de Barack Obama anunciou que tanto a obra de Northup quanto o filme de McQueen serão distribuídos em todas as escolas públicas norte-americanas, como instrumentos didáticos no ensino de História dos Estados Unidos, visando a suscitar tanto o interesse das novas gerações quanto o debate sobre a escravidão no país. O tema, já central em Django Livre, de Quentin Tarantino, indicado ao Oscar de melhor filme no ano passado, foi aos poucos ganhando protagonismo em decorrência da repercussão positiva do longa de Steve McQueen. A crítica, salvo raras exceções, o abraçou com entusiasmo.

Campeão

Mas 12 Anos de Escravidão não foi o único grande campeão do Oscar 2014. Levou duas outras estatuetas importantes – melhor atriz coadjuvante (Lupita Nyong’o) e roteiro adaptado (de John Ridley) –, mas, no placar final, perdeu para Gravidade, que deu a Alfonso Cuarón o Oscar de melhor direção, o primeiro conferido a um cineasta latino-americano, e mais seis prêmios: fotografia, edição, trilha sonora original, efeitos visuais, edição de som e mixagem de som.

Maior bilheteria entre os nove indicados a melhor filme, com mais de US$ 700 milhões arrecadados em todo o mundo, Gravidade foi reconhecido por sua excelência técnica e pela obstinação do seu diretor, que levou sete anos para realizar o longa, que tinha contra si, na briga pelo Oscar de melhor filme, o fato de seu roteiro, escrito a quatro mãos por Cuarón e seu filho, Jonas (autor do argumento), não ter sido indicado. O prêmio de melhor roteiro original foi dado, com todo o merecimento, a Spike Jonze, pelo sublime Ela, o mais inventivo entre os concorrentes.

Outro filme que saiu da festa com três estatuetas foi Clube de Compras Dal­­las. Confirmando o seu favoritismo, Matthew McCon­­naughey, que nunca havia sido indicado, venceu por seu desempenho como Ron Woodroof, um eletricista heterossexual que foi diagnosticado com aids em 1985, durante uma das épocas mais obscuras da doença, quando o diagnóstico era considerado uma sentença de morte. Para viver o personagem, perdeu mais de 20 quilos. No papel da transexual Rayon, Jared Leto foi escolhido o melhor ator coadjuvante. A terceira estatueta foi na categoria de melhor maquiagem.

Cate Blanchett, por seu irretocável trabalho na construção da personagem-título de Blue Jasmine (de Woody Allen), uma ex-socialite empobrecida e em profunda crise psicoemocional, ganhou o prêmio de melhor atriz. Foi a segunda estatueta de sua carreira – a primeira, de coadjuvante, foi por O Aviador (2004), em que viveu a atriz Katharine Hepburn.

Ellen

A festa do Oscar deste ano foi mais divertida do que o habitual, por conta da grande capacidade de improvisação da apresentadora Ellen DeGeneres, que interagiu muito com a plateia de celebridades, chegando a tirar selfies, postadas em tempo real nas redes sociais (uma delas bateu o recorde de compartilhamento no Twitter), e a distribuir pizzas entre os indicados e seus acompanhantes.

Esse tom mais descontraído foi muito bem-vindo. Houve também momentos emocionantes, como a homenagem aos mortos, entre eles o documentarista brasileiro Eduardo Coutinho.

A Grande Beleza, do italiano Paolo Sorrentino, levou o Oscar de melhor filme estrangeiro. O longa, em cartaz em Curitiba desde a sexta-feira, busca na obra de Federico Fellini, principalmente em A Doce Vida e 8½, inspiração para explorar o inconsciente de um jornalista (Toni Servillo) na Roma contemporânea, imerso em um profundo vazio existencial e no decadentismo do mundo de frivolidades em que vive.

Sem prêmios

Um aspecto que chamou muita atenção na edição do Oscar deste ano foi o número de títulos indicados a melhor filme que saíram da festa sem qualquer prêmio. Apesar de ter nove títulos no páreo, mais da metade não ganhou uma estatueta sequer: Capitão Phillips, Philomena, Nebraska, O Lobo de Wall Street e Trapaça, que concorria em dez categorias e foi derrotado em todas. O filme de David O. Russell só perde para Momento de Decisão, de Herbert Ross, e A Cor Púrpura, de Steven Spielberg, que foram indicados a 11 Oscars e levaram nada. Iguala-se a Gangues de Nova York, de Martin Scorsese, e Bravura Indômita, dos irmãos Ethan e Joel Coen.

Com um número tão grande de longas na disputa, a cerimônia fica com mais cara de festa de perdedores do que de vencedores. Talvez fosse o caso de a Academia voltar a limitar o número de indicados a cinco.

O Grande Gatsby, que não disputava a estatueta mais importante da noite, levou dois Oscars (direção de arte e figurino), assim como Frozen – Uma Aventura Congelante (melhor animação e canção original, para "Let It Go").

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