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João Miguel, de Estômago, é um taxista em Se Nada Mais Dar Certo | Divulgação
João Miguel, de Estômago, é um taxista em Se Nada Mais Dar Certo| Foto: Divulgação

O melhor filme nacional do ano passado chega, finalmente, a Curitiba em... 2010. E apenas porque a Cinemateca de Curitiba se esforçou para exibir Se Nada Mais Dar Certo. Nota zero para os exibidores locais. Desabafos à parte, o novo longa-metragem do cineasta brasiliense José Eduardo Belmonte (do perturbador A Concepção) é obrigatório para quem leva o cinema nacional a sério e gosta de ser surpreendido.

A trama se desenrola em 2006. O jornalista Léo (Cauã Reymond, em atuação surpreendente) trabalha como freelancer para veículos de fora de São Paulo, onde vive. Ele enfrenta sérios problemas financeiros porque nunca sabe quando será pago por suas reportagens. Para piorar tudo, divide o apartamento com Ângela (Luíza Mariani), mãe de um filho de 6 anos, que pouco se ocupa da criança. Depressiva, ou está trancada no quarto ou na rua, em busca de bebida, drogas e diversão. Uma fuga, enfim.

Nesse momento complicado da vida de Léo e de Ângela, entra em cena Marcin (a revelação Caroline Abras), uma garota ambígua que se veste como homem e sobrevive do tráfico de entorpecentes. Em suas aventuras noturnas, ela encontra um amigo e protetor: Wilson (João Miguel), um taxista instável e carente.

Retrato de uma certa São Paulo, cidade de neon, sonhos e muita solidão, os rumos desses quatro personagens se entrecruzam em um jogo narrativo surpreendente e corajoso. Ninguém é muito santo, tampouco vilão. As verdades revelam-se relativas. E atenção para o insólito e fascinante tirângulo amoroso que se desenha entre Léo, Marcin e Wilson. Há muito não se via algo tão ousado no cinema brasileiro. GGGG1/2

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