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O advogado Constantino Viaro, filho do artista, dirige o museu | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
O advogado Constantino Viaro, filho do artista, dirige o museu| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

O espaço

Saiba mais sobre o Museu Guido Viaro:

> Espaço

O prédio adquirido para abrigar o Museu era um imóvel de preservação histórica, de 1929, situado na rua XV de novembro, em frente à Reitoria da UFPR, local onde a universidade projeta o Corredor Cultural da cidade.

> Restauro

A restauração do espaço foi feita pela arquiteta Zulma Schussel e pelo engenheiro Ricardo Schüssel. O espaço interno foi inteiramente transformado para se adaptar às necessidades de um museu.

> Acervo

O acervo reúne aproximadamente 250 óleos sobre tela, 700 desenhos e mais de 100 gravuras de Viaro. Mas nem tudo ficará armazenado no Museu. Constantino Viaro preferiu manter a reserva técnica em sua casa.

> Projeção

O espaço conta com uma sala de projeção com capacidade para 40 lugares e equipamento para exibição de filmes.

> Sustento

A área do imóvel conta ainda com outro prédio, que será utilizado para a realização de cursos e um estacionamento pago. "É uma forma de ajudar a a sustentar o museu, que tem entrada gratuita", diz Constantino.

  • Exposição inaugural reúne cerca de 90 obras do artista italiano
  • Público poderá ver obras, assistir filmes e ouvir uma entrevista concedida pelo artista

O legado do artista plástico Guido Viaro (1897 - 1971) volta finalmente a ter um abrigo à altura após passar quase 15 anos anos armazenado na casa de seu único filho, o advogado Constantino Viaro.

Em 1975, a família do artista e a prefeitura de Curitiba constituíram, por meio de comodato, o Museu Guido Viaro, no Largo da Ordem. Durante 20 anos, a visitação foi intensa, até que o abandono do prédio fez com que a família retirasse o acervo do local, encerrando as atividades do Museu.

Hoje, às 20 horas, Constantino inaugura o primeiro museu particular de Curitiba, que recebe o mesmo nome da antiga morada do acervo do artista italiano. O prédio de 1929 que abriga o espaço, localizado na Rua XV de novembro, esquina com a General Carneiro, em frente à Reitoria da Univer­­sidade Federal do Paraná, foi inteiramente reformado com recursos próprio da família Viaro.

A inauguração terá breves palavras de seu proprietário, o filho do artista, e um discurso de René Dot­­ti, um dos integrantes do conselho administrativo e fiscal. Em seguida, haverá uma apresentação da Orquestra de Câmera da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, regida pelo maestro Paulo Torres, e um coquetel.

A primeira exposição do Mu­­seu, distribuída em dois amplos salões, é uma espécie de retrospectiva, com cerca de 90 obras que representam as diversas fases do artista – de 1930, quando se instalou em Curitiba, a 1971, ano de sua morte. "Mas há também um autorretrato de quando meu pai tinha 15 anos", conta Constantino.

Ele também exibe obras dos tios de Guido Viaro, o escultor Angelo Viaro, que foi famoso na Itália, e o pintor Antonio Viaro. "Eles foram os grandes incentivadores do meu pai. A família dele era formada por agricultores, em sua maioria, e queria que ele fosse médico, mas os dois viram que o garoto tinha talento, mandaram um quadro dele para uma exposição em Veneza e ele ganhou uma menção honrosa", conta.

Além da exposição, será possível ver, em televisores, mais de 1,1 mil obras do artista catalogadas em um CD-Rom e assistir, em uma sala de projeções, a filmes como o Retrato da Polaca, dirigido por Fer­­nando Severo, em parceria com Allysson Muritiba, Haruo Oshima e Antônio Júnior.

A produção conta a história de Hedwiges Mizerkowski, a polaca que inspirou um dos marcos do modernismo brasileiro, a tela "A Polaca", de 1935. A musa de mais de cem anos, aliás, estará presente na inauguração do museu. "Ela é muito agitada, tem a cabeça me­­lhor que a minha", admira-se Cons­­tantino.

Outra polaca, "uma polaca in­­glesa", também terá seu retrato à vista do público. Ela é Mildred, uma senhora que limpava o quintal de Guido Viaro, retratada em 1948. Mas ainda há telas como as "Fofo­­queiras" (1940), as "Lavadeiras" (1960), um retrato de Miguel Bakun ("Homem sem Rumo", 1940), paisagens de várias fases, entre outras obras que mostram "o lado humanístico de Guido Viaro, pintando figuras conhecidas da cidade, como o cineasta João Baptista Groff ("Ca­­çador de Borboletas") e pessoas na rua", conta Constantino.

Outra surpresa é ouvir a voz do próprio artista em fones de ouvido à disposição do público. A gravação revela trechos de uma entrevista concedida na década de 1970 à crítica de artes visuais Adalice Araújo, em que Guido Viaro fala sobre conceitos de arte, a produção artística do Paraná, suas obras, entre outros temas.

Após a exposição inaugural, o Museu abre espaço para mostras de outros artistas, no primeiro andar. "Também temos a intenção de trazer crianças de escolas para ver os quadros e desenhar", diz Constan­­tino. O próximo passado é reformar a casa ao lado, de sua propriedade, para transformá-la em um café e salas de aula. "A intenção é oferecer cursos que valorizem a criatividade", lembra Viaro, que relaciona o projeto ao legado pedagógico pioneiro de seu, criador do Centro Ju­­venil de Artes Plásticas e mentor de gerações de artistas paranaenses.

Serviço:

Museu Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348), (41) 3018-6194. Abertura, dia 10 de novembro, às 20 horas. De terça a sábado, das 14 às 18 horas. Entrada gratuita.

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