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Transposição da Cia Máscaras de Teatro faz jus ao texto | Divulgação
Transposição da Cia Máscaras de Teatro faz jus ao texto| Foto: Divulgação

Serviço

Eles Não Usam Black-tie

Teatro Lala Schneider (R. Treze de Maio, 629), (41) 3232-4499. Sexta-feira e sábado, às 21 horas, e domingo, às 19 horas. R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada). Até 26 de outubro. Classificação indicativa: 12 anos.

Era 1958 e o ítalo-brasileiro Gianfrancesco Guarnieri apresentava no Teatro de Arena, em São Paulo, Eles Não Usam Black-tie, uma das mais engajadas peças da dramaturgia nacional, pioneira ao abordar, com intensidade brechtiana, as aspirações da classe operária. A obra referencial chega a Curitiba pelas mãos da Cia Máscaras de Teatro, que a apresenta no Lala Schneider até 26 de outubro. Dirigida por João Luiz Fiani, a montagem é honesta e marcada pelo respeito ao texto original.

A história retrata os conflitos entre um pai sindicalista e um filho com anseios "urbanos", numa favela do Rio de Janeiro. Neste aspecto, a transposição da Cia Máscaras de Teatro é impecável. Além de uma boa trilha, de Moreira da Silva a Noel Rosa, as atuações da trupe não descambam para o overacting, o exagero – algo que o povo do teatro, muitas vezes, come no almoço.

O que sai do tom não é culpa da companhia. A estética da pobreza, o morro como "o lugar pertinho do céu", remonta a um esquerdismo quase inocente e maniqueísta – Guarnieri faz questão de tratar Tião como um herói típico burguês, que, diferentemente do herói grego, é individualista e indigno. À margem disso, a obra merece respeito social-histórico – não é fácil dar dimensão à vida cotidiana.

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