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Jeremy Irons, como Rodrigo Bórgia, o Papa Alexandre VI, encabeça uma família um tanto peculiar | Divulgação
Jeremy Irons, como Rodrigo Bórgia, o Papa Alexandre VI, encabeça uma família um tanto peculiar| Foto: Divulgação

O sucesso de Os Tudors, que por quatro temporadas retratou as peripécias, amores e tragédias na vida do rei Henrique 8.º (1491–1547), da Inglaterra, deve ter pesado na decisão do canal pago norte-americano Showtime de coproduzir e exibir Os Bórgias, que estreou há três semanas no Brasil. Exibida por aqui pelo TCM, aos domingos, às 22 horas, a nova série tem vários ingredientes em comum com a mirabolante saga do monarca britânico: uma trama baseada em fatos históricos, marcada por conspirações políticas e religiosas, intrigas palacianas, violência explícita e generosas doses de erotismo.

Com produção, roteiro e direção do irlandês Neil Jordan, de filmes como Traídos pelo Desejo e Entrevista com o Vampiro, Os Bórgias acompanha a ascensão do clã ibero-italiano à cúpula da Igreja Católica entre os séculos 15 e 16. O início da primeira temporada mostra os bastidores do conclave que elege o cardeal Rodrigo Bórgia (Jeremy Irons, de O Reverso da Fortuna) ao posto de Sumo Pontífice por meios um tanto escusos, como tráfico de influências e subornos, numa campanha encabeçada por seu próprio filho, o inescrupuloso Cesare (François Arnaud, de Eu Matei a Minha Mãe), que se tornará cardeal.

A eleição, que faz do religioso espanhol o Papa Alexandre VI, desencadeia uma onda de revolta entre vários votantes, sob a liderança do cardeal Della Rovere (Colm Feore), que não mede esforços para derrubá-lo do trono de São Pedro.

O cabo de guerra entre Bórgia e Della Rovere dá a tônica desta primeira leva de episódios – uma segunda temporada já foi encomendada. Enquanto o Papa busca alianças com monarcas e nobres de países vizinhos, seu rival, cujo calcanhar de Aquiles é seu gosto por rapazes de musculatura definida, convence o Carlos 8.º da França a ajudá-lo a derrubar Alexandre VI em troca de apoio na luta do rei francês pelo trono de Nápoles, aliado de Alexandre VI.

Com presença ainda tímida nos três primeiros episódios que foram ao ar no Brasil, Lucrécia (a novata Holliday Grainger), filha de Alexandre VI, amada tanto pelo pai quanto por Cesare, com quem manterá uma relação de tons incestuosos, passará a ter papel central na trama de Os Bórgias. A jovem, que na primeira temporada ainda é uma adolescente ingênua, será usada como moeda de troca na luta do seu clã pela manutenção do poder e se revelará uma femme fatale exemplar. Primeiro se casará com o o frio e cruel Giovanni Sforza, nobre de uma poderosa família do norte da Itália, mas a união será anulada para que ela se case duas outras vezes, sempre visando a fortalecer o poder do pai, que foi Papa de 1493 a 1503.

Com produção requintada e ótimo elenco, encabeçado por um inspirado Jeremy Irons, cujo Alexandre VI transborda lascívia, ambição e total falta de escrúpulos, Os Bórgias segue a cartilha de Os Tudors. Tem grande chances de emplacar.

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