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Boris Mozialowski, Gilberto Fontoura e Renato Mazanek são alguns dos grandes nomes do rádio paranaense que foram entrevistados no documentário Rádio Ondas Paranaenses, exibido pela UFPR TV | Divulgação
Boris Mozialowski, Gilberto Fontoura e Renato Mazanek são alguns dos grandes nomes do rádio paranaense que foram entrevistados no documentário Rádio Ondas Paranaenses, exibido pela UFPR TV| Foto: Divulgação

Vitrine

Portas abertas a realizadores

Encontrar quem distribua e exiba um documentário não é tarefa das mais fáceis. Mas, se vitrine é o que o produtor independente procura, uma saída são canais fechados, como a TV Sinal e a UFPR TV, que segundo pesquisa encomendada pela própria tevê da Universidade Federal do Paraná, tem audiência média de 32 mil pessoas.

Segundo Carlos Rocha, diretor da UFPR TV, constantemente são feitas chamadas para que a produção independente seja exibida. "Recebemos os trabalhos, fazemos uma análise para ver se nenhum direito de imagem ou som está sendo violado e inserimos na programação. Se o documentarista aceitar, usamos a rede de distribuição e o programa fica disponível para as todas as tevês de universidades federais exibirem", diz.

Rocha esclarece que não é preciso ser aluno da UFPR para ter o trabalho exibido. "Alunos podem disponibilizar projetos de conclusão de curso ou produzidos em outras disciplinas. Quem não é aluno, entra como produtor independente."

Vitrine sim, mas sem retorno financeiro. As emissoras têm todo o interesse em exibir documentários que retratem a cultura paranaense, mas não têm verba para oferecer em troca. A produtora cinematográfica Lu Rufalco, que já produziu mais de 50 documentários, aprova o espaço cedido pelas emissoras, mesmo quando não há nenhum retorno financeiro em troca da exibição. Ela lembra que, como o alcance da tevê é muito grande, mesmo quando se fala em tevê fechada, a exibição é sempre uma oportunidade de expor um bom produto e conquistar o público. "É melhor do que fazer um documentário e ninguém assistir. Estamos falando de uma arte que precisa se cercar de apoios, e a tevê sempre foi um apoio para o cinema. Esses documentários são um tipo de cinema que envolve bastante gente e que ajuda a regionalizar a produção e a desenvolver especificidades do próprio cinema, como a fotografia", afirma. (AC)

Uma viagem no tempo e um cenário de luta. A Revolta dos Posseiros fez história no Paraná em 1957 e é retratada no documentário A Conquista do Sudoeste, exibido esta semana pela UFPR TV.

Este é apenas um exemplo de como os documentários que resgatam a memória histórica e cultural do Paraná estão ganhando mais espaço na tevê. Ao longo da semana, diversos outros serão exibidos e reprisados. Além da UFPR TV, a TV Sinal, da Assembleia Legislativa do Paraná, é outra boa opção para assistir a uma programação que valoriza o resgate da cultura e história regionais.

A Revolta dos Posseiros, produzido por Lu Rufalco, tem cerca de meia hora de duração e retrata um pedaço da história paranaense, em um recorte do sudoeste do Paraná de 1957. O destaque são as fotografias históricas e as entrevistas com moradores da região que participaram. "Quem encerra a fala é o escritor Roberto Gomes, dizendo que, pela primeira vez, os mais fracos venceram. Esses mais fracos eram os colonos, que, com a mobilização da região sudoeste, conseguiram definitivamente os títulos de suas terras", conta Lu.

No mesmo canal, o curta-metragem Rádio Ondas Paranaenses, lançado pelo Museu da Imagem e do Som, órgão da Secretaria de Estado da Cultura, em parceria com a Paraná Educativa, traz depoimentos de radialistas que marcaram época na era de ouro do Rádio. Foram entrevistados Renato Mazanek, Ubiratan Lustosa, Paulo Chaves, Sinval Martins, Gilberto Fontoura, Boris Mozialowski, Irene de Moraes, Elon Garcia, Paulo Branco e Vinicius Coelho.

"O documentário é parte de uma série de depoimentos que mostra um pouco da experiência de vida e de trabalho de dez radialistas pioneiros do estado", diz o produtor Tiomkim. A obra também pode ser conferida no Museu da Imagem e do Som.

A UFPR TV também exibe produções próprias, como o documentário UFPR TV na Amazônia. Durante 25 minutos, o telespectador acompanha a visita dos alunos de Engenharia Florestal da universidade a um curso de Manejo e Tecnologia na Amazônia, com todos os obstáculos que uma viagem como essa pode trazer. "Foram feitas entrevistas com profissionais de lá e com os próprios estudantes. Entre as descobertas está a informação de que apenas 30% de uma tora de madeira são aproveitados e o resto é lixo. Tentamos descobrir o que pode ser feito com todo esse material que é descartado", conta a coordenadora de produção da UFPR TV, Ana Paula Moraes.

Resgate histórico

A história de uma garota que se apaixona por um dos operários que estão construindo uma estrada em frente à casa dela, mas que, por pressão dos pais, casa com o dono da bomba de gasolina da região, é contada no documentário de 20 minutos Estrada do Cerne, exibido pela TV Sinal. O destaque são as fotos da construção da estrada, que foi a primeira ligação importante até o norte pioneiro.

A TV Sinal também estreia outro documentário histórico, sobre os 130 anos da estrada de ferro que liga Paranaguá a Curitiba. Segundo a produtora Sara Marielli, a intenção de Estrada de Ferro Paranaguá – Curitiba, produzido no primeiro semestre, é retratar a importância econômica e turística do trajeto. "Mostramos a linha, paradas, pessoas que vão fazer o passeio de trem, depoimentos e fantásticas fotografias históricas que mostram a construção recorde dessa estrada, que antes de existir era considerada um plano maluco", diz.

Grade de programação

As histórias do Paraná também são contadas em programas que fazem parte da grade regular da tevê. É o caso do Essa Casa Tem História, que narra fatos interessantes sobre imóveis antigos. Já foram mostrados detalhes sobre a Câmara dos Vereadores e, a cadeia da Lapa, e a Capela Santa Maria e o Castelo do Batel de Curitiba. Também na TV Sinal, vale a pena conferir O Dono da Rua, que traz a história das ruas mais importantes, e Cine Pinhão, que abre espaço para documentários paranaenses.

Serviço: UFPR TV (canal 15 da Net e 71 da TVA)

A Conquista do Sudoeste: 13/8 (sexta-feira), às 23h30.

Rádio Ondas Paranaenses: 11/8 (quarta-feira), às 23h30.

UFPR TV na Amazônia: 9/8 (hoje), às 22 horas.

Haverá reprises em horários aleatórios durante a programação da tevê. A programação está disponível no site www.tv.ufpr.br.

TV Sinal (canal 16 da Net e 99 TVA)

Estrada do Cerne: 13/8 (sexta-feira), às 17 horas.

Estrada de Ferro Paranaguá – Curitiba: 13/8 (sexta-feira), às 21 horas, 14/8 (sábado), às 20h30, 15/8 (domingo), às 16h30 e 20/8 (sexta-feira), às 21 horas.

A programação está disponível no site

www.alep.pr.gov.br.

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