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Guerra dos Sexos
RPC TV, de segunda a sábado, às 19h15.
Em 1983, sob a batuta de Silvio de Abreu e Jorge Fernando, Fernanda Montenegro e Paulo Autran protagonizaram uma das mais divertidas novelas de todos os tempos e ajudaram a fundar as bases da teledramaturgia brasileira para o horário das 19 horas. A versão original de Guerra dos Sexos foi a primeira novela a enveredar pelo arriscado terreno do pastelão, da comédia rasgada e das cenas de aventura. O texto inspirado, a direção ousada e a atuação impecável dos monstros Fernanda e Paulo contagiaram todo o elenco e a equipe, o que resultou num folhetim inesquecível, gravado para sempre na memória de quem o assistiu.
Quase trinta anos depois, Silvio de Abreu finalmente conseguiu emplacar o projeto de refazer esta novela histórica. Em entrevista concedida no Projac, contou que a ideia tem uns sete anos, desde que ele reviu toda a novela, com a intenção de produzir um longa-metragem com Paulo Autran e Fernanda Montenegro à frente para marcar os 40 anos da TV Globo. O filme não vingou, Autran faleceu em 2007, mas Silvio de Abreu continuou alimentando a esperança de reescrever a história. "Com as devidas atualizações, tem tudo para funcionar, porque a novela é ótima", defende.
Com o sinal verde da atual direção da emissora, Silvio de Abreu encarou o desafio de trazer para os dias atuais a sua comédia mais famosa e o fruto desse trabalho está no ar desde o último dia 1º pela RPC TV, com Irene Ravache e Tony Ramos como protagonistas. Para atualizar a história, e evitar que o elenco ficasse preso às atuações do passado, o autor recriou os personagens numa nova geração: a Charlô e o Otávio de Irene Ravache e Tony Ramos são sobrinhos da Charlô e do Otávio de Fernanda Montenegro e Paulo Autran. Os outros personagens também têm os mesmos nomes da história original, mas cada ator o interpreta à sua maneira.
Acontece, porém, que o mundo em 2012 é muito diferente do que era em 1983. As disputas entre homens e mulheres estão em outro patamar. O pastelão, que trinta anos atrás foi revolucionário, hoje soa forçado e ingênuo a despeito de toda a tecnologia e da qualidade dos atores. Irene e Tony são excelentes, mas ainda estão achando o ponto dos seus personagens. Edson Celulari se esforça, mas está muito aquém do atrapalhado Felipe de Tarcísio Meira. O grande destaque é Drica Moraes, que deu personalidade e uma graça própria à sua Nieta (personagem de Yara Amaral na primeira versão). Quem não viu a primeira Guerra dos Sexos talvez tenha uma impressão diferente, mas quem viu deve estar com saudade pelo menos por enquanto.
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