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Cinema é imagem, mas também é preciso uma boa história para se fazer um filme. Não parece ser esse o pensamento dos produtores hollywoodianos, que estão conseguindo criar fitas cada vez mais sem roteiro ou um fiapo de trama que seja. O que importa é a ação total, como mostra Poseidon, do diretor Wolfgang Petersen (Mar em Fúria), principal estréia de hoje nos cinemas brasileiros.

Basicamente, o roteiro (se é que pode ser chamado dessa forma) do longa-metragem é o seguinte: um bando de personagens precisa ir do ponto A (o topo do navio, que está virado de cabeça para baixo, depois de ser pego por uma onda gigante) para o B (o casco) em um determinado tempo (antes que o navio afunde de vez). Isso talvez funcione como premissa de um videogame, mas para um filme é necessário muito mais. Esses personagens precisam ter uma história pessoal (ainda que breve), motivações e um desenvolvimento, como acontecia nas produções na quais Poseidon é "inspirado" – o filme é um remake de O Destino do Poseidon, um dos precursores do cinema-castástrofe, que teve grande fase nos anos 70 em fitas como Inferno na Torre e a série Aeroporto.

Não passa muito de dez minutos a rasa apresentação da "história" e dos personagens de Poseidon – aqueles que importam e vão tentar se salvar, na seqüência do desastre. A partir do incidente marítimo, dá-lhe ação, que acontece praticamente em tempo real.

Dylan Johms (Josh Lucas), um ex-marinheiro, diz que não vai ficar esperando o resgate, como manda o capitão do transantlântico de luxo, e decide subir para o casco para se salvar. Ele é seguido por: Robert Ramsey (Kurt Russell), ex-prefeito de Nova Iorque, Jennifer (Emmy Rossum), sua filha chatinha e o namorado dela; uma mãe e seu filho pequeno; um cara chato (sempre tem um), um serviçal e sua companheira latina; e um milionário gay (Richard Dreyfuss), que ia se matar, jogando-se do navio, devido a uma desilusão amorosa, mas desiste quando vê a onda gigante.

Não é difícil saber que alguns não vão conseguir chegar ao final da jornada, que tem um daqueles finais risíveis – o espectador vai soltar a velha frase "Só em filme mesmo".

Não há como negar que Poseidon consegue prender a atenção da audiência pelas frenéticas seqüências de explosões, com situações de risco acontecendo a cada instante. E há interessantes cenas com efeitos especiais, que mostram a competência de Petersen para este tipo de produção. Mas é só isso. Pelo menos é tudo muito rápido, um pouco mais de 90 minutos. Ideal para quem não exige muito de um filme. GG

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