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“Coletor de Imagem”: luzes, espelhos e fotografias criam ilusão de ótica | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
“Coletor de Imagem”: luzes, espelhos e fotografias criam ilusão de ótica| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Saiba mais sobre o trabalho do artista plástico Claudio Alvarez

Natural de Rosário, na Argentina, Claudio Alvarez vive em Curitiba desde 1977, onde desenvolve sua arte e objetos de design sob encomenda.

Desde dezembro de 2009, o artista está instalado em um espaçoso galpão em Campo Largo, que já foi um armazém de cereais e uma fábrica de chás.

Alvarez participou de várias exposições nacionais e internacionais, entre as quais se destacam: Geração 80/Parque Laje (Rio de Janeiro, 1984); 6ª Trienal de Osaka, Japão (1995); Museu da Casa Brasileira (São Paulo, 1996); Balaio Brasil – Sesc Belenzinho (São Paulo, 2000); e Arco – Madri, Espanha (2007).

Em 2008, com a série Espaços, à qual pertence a obra "Instalação para Viagem", o artista participou do Encontro Nacional de Aristas "dos Orillas", na Espanha, e também de duas exposições simultâneas em Portugal.

  • Claudio Alvarez: produção artística movida pela experimentação com diferentes materiais e ciências

Os olhos veem, mas o que se vê não está lá. É uma ilusão. Proposital, pensada, estudada e projetada nos mínimos detalhes para enganar e confundir. Seriam imagens reais ou que apenas aparentam ser reais? Causar no espectador o questionamento quanto à própria percepção visual é o que busca o artista plástico argentino radicado em Curitiba Claudio Alvarez.

No próximo sábado, dia 8 de maio, suas "provocações" mais recentes estarão reunidas na Galeria Ybakatu, onde o artista faz também o lançamento de um catálogo, sugestivamente intitulado Aparências. Composto por dez obras, entre elas algumas peças componentes de instalações, o catálogo (e a exposição) contam com trabalhos de Alvarez ainda inéditos no Brasil.

Pautado pela utilização da luz como matéria-prima há mais de uma década, o artista transforma elementos pesados, como chapas de metal, a partir de ângulos diferentes de iluminação e movimento, conferindo novas texturas e efeitos aos objetos. Um exemplo é a obra "Instalação para Viagem", em que ao observar o interior de uma espécie de caixa, o espectador é "transportado" para o ambiente contido nela. "É como se ele estivesse entrando. A sensação é de que o corpo se transporta para lá", explica o artista.

O já famoso "Coletor de Imagens", instalação conhecida entre apreciadores de artes visuais e design, também estará presente no lançamento, para "iludir" os visitantes da mostra. Utilizando uma sequência de fotografias, espelhos, lentes e refletores, o artista dá ao espectador a certeza da existência de um objeto que, na realidade, não está fisicamente presente. "Tudo o que vemos tem aparência, até mesmo a ilusão. Faço a brincadeira do que é real e ilusório, por meio da interação", conta.

Ainda que seus trabalhos não tenham qualquer função científica, como ele mesmo faz questão de ressaltar, Alvarez alia à sua curiosidade de artista o conhecimento de áreas como cinética e ótica, que ele se viu "obrigado" a estudar ao longo de seus experimentos com lentes e ângulos. "Eu acabo descobrindo como funcionam, para aí fazê-las funcionar", brinca, falando de suas "invenções".

Instalado desde o final do ano passado em um espaçoso galpão em Campo Largo, Alvarez vive cercado de martelos, arames, soldas e ferramentas diversas, no que mais parece uma funilaria que um ateliê de arte. É lá que ele passa os dias, investigando novos materiais e técnicas e procurando desdobramentos de seu percurso artístico. "A construção dessas obras me leva a pensar se as pessoas estão vendo o mesmo que eu. Eu me pergunto se isso tudo é importante. Mas o que quero é que elas façam sentido e que atinjam as pessoas. É isso o que vai me fazer feliz", diz.

Serviço: Lançamento do catálogo Aparências e exposição do artista plástico Claudio Alvarez. Galeria Ybakatu (R. Itupava, 414 – Alto da XV), (41) 3264-4752. Dia 8 de maio, das 11 às 15 horas. Visitação de terça a sexta-feira, das 14 às 19 horas e aos sábados, das 10 às 13 horas. Entrada franca. Até 26 de junho.

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