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Babu Santana estreia como protagonista no cinema e surpreende ao interpretar Tim Maia na maturidade | Paprica Fotografia/Divulgação
Babu Santana estreia como protagonista no cinema e surpreende ao interpretar Tim Maia na maturidade| Foto: Paprica Fotografia/Divulgação
  • Cauã Reymond (à esq) é Fábio, narrador do filme
  • Robson Nunes (à dir.) é Tim jovem, no grupo The Sputniks
  • Devoção à Cultura Racional rendeu disco lançado em 1975

Menino humilde da Tijuca – o "Tião da Marmita" virou o rei do soul. Não sem antes passar por maus bocados até conquistar o país com o seu vozeirão: trata-se do cantor Tim Maia, cuja cinebiografia homônima estreia hoje nos cinemas, 16 anos depois de sua morte no Rio de Janeiro, por infecção generalizada.

Baseado no best-seller literário Vale Tudo – O Som e a Fúria de Tim Maia, biografia escrita por Nelson Motta (de 2007), o projeto do longa-metragem, dirigido por Mauro Lima (Meu Nome Não é Johnny) começou em 2010, depois que o produtor, Rodrigo Teixeira, comprou os direitos de adaptação. "Só fiz aceitar essa mistura de missão e atrevimento", disse o diretor por e-mail à Gazeta do Povo.

A história, contada de forma linear, começa na infância de Tim Maia, passa pela adolescência, quando descobriu a música, e trata dos seus altos e baixos. E não centra-se apenas no Tim músico: fala sobre o cantor em casa, sua relação com a família, amigos, amores e parceiros musicais. "Tentamos não ir para o estereótipo", frisou o ator Robson Nunes, que interpreta Tim jovem, em entrevista por telefone.

Apesar de dois atores encarnarem o músico –Nunes e Babu Santana, em uma interpretação impressionante –, a mudança não é um choque para o espectador: eles conseguiram dar uma unidade ao personagem. Fruto de muito trabalho com a preparadora de elenco, Maria Silvia. "Eu e o Babu trabalhamos em um único texto, e isso foi fundamental para a mudança não ser tão perceptível na tela", destacou Nunes.

Outra decisão ousada do diretor (e que deu certo), é utilizar narração em off, feita pelo personagem de Cauã Reymond, o músico Fábio, que acompanhou Tim Maia em boa parte da carreira. "Quis encurtar o espaço entre primeira e terceira pessoa, puxar o ponto de vista para uma testemunha íntima", falou Mauro.

O que fica evidente é o quanto a personalidade explosiva de Tim apareceu, ainda mais depois que ele finalmente alcançou a fama. "Isso é algo natural. No começo, precisamos engolir alguns sapos. Tim sempre teve certeza do seu talento. Quando todos começam a reconhecer sua genialidade, ele se sente no direito de fazer o que quiser", crê Robson Nunes, que passou dois meses no Rio de Janeiro para "pegar" o sotaque carioca.

Além disso, Vale Tudo virou a sua "Bíblia de cabeceira". "Li e reli várias vezes. A discografia do Tim é um estudo também. Eu achava que era fã dele até fazer o filme. Depois, vi que não sabia nada. Ele foi um cara muito versátil, com carreira extensa e de muita qualidade. Até hoje, nunca ouvi dizer que alguém não gosta dele. Ele é unânime", acredita Nunes. Depois do filme, o ator começou o projeto Ensaiando Tim Maia, no Bar ao Vivo, em São Paulo, no bairro de Moema, em que ele e uma banda interpretam canções do mito.

Clímax

Uma chegada no mínimo curiosa aos Estados Unidos, ainda adolescente, que lhe rendeu ensinamentos e uma temporada na prisão são somente algumas das histórias que permearam a vida do cantor, e que estão no filme. O desafio do diretor foi conseguir dar uma unidade para tantas ocasiões surpreendentes. "Decidir o que entraria ou não no roteiro foi o mais difícil. São milhares de histórias boas. Minha missão foi selecionar de um modo que elas ficassem bem amarradas, e não uma fileira de situações interessantes, mas sem horizontalidade", salienta Lima.

Rei

Roberto Carlos, que alcançou um sucesso estrondoso muito antes de Tim Maia, foi o seu companheiro de banda adolescente, os The Sputniks – o filme aponta uma relação ambígua entre os dois. Lima conta que pediu autorização para o Rei antes de rodar o filme. "Ele leu o roteiro antes, e assinou a autorização devida. Não seria louco de fazer de outro modo", relata o diretor, que espera que o público "se anime bastante para ver o filme em uma sala de cinema." "Que é como ele merece ser visto. Sem Torrent, YouTube etc."

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