• Carregando...
Salvação? Trio paulista lança seu segundo disco de carreira | Divulgação
Salvação? Trio paulista lança seu segundo disco de carreira| Foto: Divulgação

Eles têm entre 23 e 24 anos. Desde que lançou o viralizado e premiado clipe de "66" – canção-título de seu primeiro disco, de 2012 –, no qual colam referências que vão do classic rock à dodecafonia, passando por reflexões metalinguísticas sobre originalidade e plágio no mundo pop, o trio O Terno, de São Paulo, vem sendo apontado como um dos focos de renovação do rock brasileiro. O vocalista, guitarrista e compositor Tim Bernardes fez música para Tom Zé, é solicitado por colegas de geração como Tiê (com quem assinou uma parceria por tabela com David Byrne), e mandou músicas para tentar passar na peneira de Gal Costa e entrar no próximo disco da cantora.

A nova vanguarda paulistana, então? A julgar pela tiração de onda de "Filhos da Vanguarda (ou Não)", faixa do novo disco da banda, O Terno (independente), melhor não usar o termo. Os versos: "Filhos da vanguarda/ Pra poder vender/ Faz canção bonita/ Prensa um LP/ Meio do Brasil/ Pleno ano dois mil/Vanguarda, vanguarda/ Cadê?". Tim, que integra a banda ao lado do baterista Victor Chaves e do baixista Guilherme d’Almeida, confirma:

"Falaram uma vez que sou filho da vanguarda, muito por causa do meu pai [Maurício Pereira, do Mulheres Negras], conta Tim. "E a gente só está tentando fazer rock’n’roll, música pop sussa! Hoje em dia, nossa geração é muito mais interessada na música pop dos anos 1960, no experimentalismo dentro do pop [Beatles e Beach Boys são referências que aparecem na fala de Tim quando conversa sobre o disco, que será lançado no dia 22, no Auditório Ibirapuera, em São Paulo]."

O desejo de experimentalismo dentro do pop, inspirado sobretudo nos anos 1960 – década que rendeu Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e Pet Sounds –, foi tratado com ironia torta em "66": "Então eu corro pra internet/ Sou garoto antenado e baixo o novo embalo quente/ Que é de 66".

A postura experimental-pop-com-abordagem-indie do Terno – Os Mutantes não aparecem por acaso – inclui a abertura para o encontro daqueles velhos timbres e gêneros com outros mais novos, o pós-pós-vanguarda estimulado pelo consumo de música da era digital.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]