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Mal a edição 2005 do Festival de Cinema de Sundance (EUA) havia dado sua largada, em janeiro do ano passado, e o thriller australiano Wolf Creek – Viagem ao Inferno, que competia na mostra dramática internacional, já estava na boca do povo. Motivo: a toda poderosa Miramax, estúdio que também opera como distribuidor, havia investido cerca de US$ 4 milhões na aquisição dos direitos de chamar de seu o apavorante filme escrito, dirigido e produzido por Greg McLean.

Ao que tudo indicava, a Miramax estava apostando na possibilidade de Wolf Creek tornar-se o próximo A Bruxa de Blair, um dos filmes mais rentáveis de todos os tempos. Não foi bem o que ocorreu: a produção, apesar de já ter faturado US$ 15 milhões nas bilheterias dos EUA, não se transformou no fenômeno esperado. A boa notícia é que a fita australiana, assumidamente inspirada no clássico O Massacre da Serra Elétrica, é boa – e assusta de verdade.

Baseado numa história real, o thriller tem início como nove em cada dez filmes do gênero: um grupo de jovens – bonitos, sarados e cheios de amor para dar – parte numa jornada infernal, marcada por sangue, vísceras e muita violência. No caso, um rapaz e duas moças, amigas de longa data, atravessam uma região inóspita da Austrália, o Wolf Creek National Park, quando seus relógios param e seu carro resolve não funcionar no meio do nada. É nesse momento que surge um sujeito estranho, disposto a ajudá-los a sair da enrrascada – e, surpresa, ele se revela bem menos inofensivo e amigável do que aparenta.

Embora soe como um amontoado de clichês, Wolf Creek tem uma série de diferenciais que o retiram da vala comum do gênero: os personagens não são rasos; o clima de suspense é contruído aos poucos, sem pressa; e a fotografia e a edição não apenas são coerentes com a proposta narrativa do filme, como a potencializam. Vale a pena conferir. GGG

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