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Os milhares de fãs de Jackson estão ansiosos pela última chance de ver seu ídolo cantando e dançando na tela, uma imagem dele mais parecida com a do popstar que reinava nos anos 1980 | Fotos: Divulgação
Os milhares de fãs de Jackson estão ansiosos pela última chance de ver seu ídolo cantando e dançando na tela, uma imagem dele mais parecida com a do popstar que reinava nos anos 1980| Foto: Fotos: Divulgação

Nas lojas

Sucesso do CD é incerto

Reuters

Londres - O novo disco de Michael Jackson, This Is It, chegou segunda-feira às lojas, dando início a uma semana de eventos dedicados ao "rei do pop", mas as perspectivas do álbum duplo são incertas. Especialistas preveem que o álbum lidere as paradas em vários países-chave, especialmente no mercado dos EUA, o maior do mundo. Com as vendas de álbuns em declínio, mesmo um retorno relativamente modesto pode garantir o cobiçado primeiro lugar ao CD.

O fato de que os fãs já compraram quase 6 milhões de álbuns de Jackson apenas nos EUA desde a morte repentina do cantor em junho provavelmente vai reduzir a demanda pelo novo álbum, que é essencialmente mais uma coletânea de seus maiores sucessos. Muito vai depender de as milhões de pessoas que se prevê que assistam ao filme This Is It, que estreia hoje, também comprarem o disco.

Um fator que não ajudou o disco foi um fiasco no lançamento do primeiro single póstumo de Michael Jackson, "This Is It", que está no álbum. A faixa era na verdade uma canção antiga gravada há 18 anos por uma cantora porto-riquenha desconhecida.

A estreia mundial do documentário This Is It (assista ao trailer e veja fotos) poderá, finalmente, decifrar um dos últimos grandes mistérios sobre o rei do pop Michael Jackson. Estaria ele em condições de se apresentar por seis meses em inesgotáveis 50 shows na Arena O2 em Londres? O filme que chega hoje às telas do mundo acompanhou os três meses de ensaios ininterruptos do cantor em Los Angeles e tenta, de alguma maneira, dar fim a essa grande dúvida.

This Is It promete ter um bom desempenho comercial para o estúdio Columbia Pictures, da Sony. Uma estimativa prevê arrecadação mundial superior a US$ 600 milhões em um período limitado de duas semanas em cartaz. Os milhares de fãs de Jackson estão ansiosos pela última chance de ver seu ídolo cantando e dançando na tela, e os criadores do filme prometem uma imagem dele mais parecida com a do popstar que reinava nas paradas nos anos 1980 e menos como o frágil alvo dos paparazzi em que parecia ter se convertido nos últimos anos.

Analistas dizem que a natureza singular de This Is It – em parte documentário e em parte filme de concerto estrelado por um nome mítico que já morreu – dificulta as previsões de seu sucesso nas bilheterias, porque existem poucos trabalhos com os quais traçar comparações. Com base nos US$ 60 milhões que a Columbia pagou pelo filme, somados aos custos de marketing e incluídos na conta os valores que o estúdio ganhará pela distribuição, fontes bem informadas prevêem que o filme só precisará arrecadar um pouco mais de US$ 100 milhões em todo o mundo para resultar em lucros para o estúdio.

A Columbia já disse que, se a demanda por ingressos for grande, o documentário poderá ser exibido por mais tempo que as duas semanas previstas. O estúdio planeja lançar This Is It em DVD já no início de 2010.

Testemunho

Quem esteve ao lado de Jackson durante este período foi a guitarrista Orianthi Panagaris, uma bela loira australiana de origem grega, escolhida pelo próprio Michael para integrar sua banda. "Michael gostou de alguns vídeos meus que viu no YouTube e me chamou para o teste", disse Orian­thi, com seu sotaque carregado, por telefone, de Los Angeles. "Quan­­do fui, es­­tava muito nervosa, não achei que ia conseguir o trabalho. To­­quei o solo de ‘Beat It’ e a música ‘Wanna Be Starting Something’ e, logo depois, o próprio Michael me pegou pelo braço e pediu para eu tocar de novo enquanto andava pelo palco. Na sequência, fui contratada."

O susto fez com que a guitarrista de 24 anos parasse a gravação de seu primeiro disco-solo, que terá a participação de Steve Vai, um dos seus ídolos junto a Carlos Santana e Eric Clapton. "Faltavam duas mú­­sicas para eu acabar meu CD, mas saí correndo."

Orianthi teve de aprender muitas músicas. "Se ele tivesse um ou dois hits seria mais fácil, mas ensaiamos todos. Tivemos até de cortar algumas faixas, senão o show seria comprido demais. Eu estava muito empolgada por fazer parte de algo cheio de energia. Ele me deu a oportunidade de fazer um solo a mais em ‘Black or White’ e isso foi incrível. Michael era muito encorajador."

Segundo ela, o cantor sempre estava cheio de energia. Orianthi também contou que assistiria ao documentário na pré-estreia realizada na noite de hoje. "Os fãs vão poder ver como o trabalho foi intenso, é a visão dele por trás do show. É triste que ele não esteja mais conosco."

A guitarrista soube da morte de Michael pelo Twitter. "Estava me preparando para ir ao ensaio. Na hora que li, achei que não era verdade, porque eu tinha visto ele na noite anterior e Michael estava cheio de energia, de ótimo humor, dançando muito e feliz. Não imaginei que poderia haver algo errado. Quando vi que era realmente verdade, comecei a chorar e fiquei completamente arrasada."

Orianthi diz que, sempre que esteve com o cantor, ele nunca deu sinal algum de que usava drogas ou algo que o fizesse sucumbir. "Sem­­pre que ele chegava aos ensaios era muito delicado e tímido. Isso até a hora que pisava no palco. Aí, ele estava totalmente no controle. Michael tinha uma presença incrível, mas era uma pessoa muito doce e brincalhona, como um garoto grande. Toda a banda se sentia como uma família."

Ela lembra de uma passagem que a marcou: "Houve uma vez, no início dos ensaios, que eu estava sozinha e ele veio na minha direção com o guarda-costas, pegou na minha mão, sorriu e disse ‘Deus te abençoe’. Passei o resto do dia sorrindo."

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