• Carregando...

O cineasta americano Oliver Stone, cujo filme "As Torres Gêmeas" vai reviver, na noite desta quinta-feira no 54º Festival Internacional de San Sebastián, a tragédia do 11 de setembro, advertiu que "nunca" tinha "usado a palavra 'patriótico' para falar do filme".

Entre outras coisas, "porque não me considero nem patriota nem nacionalista", ressaltou em uma coletiva para jornalistas o diretor, que lembra no filme o caso real de dois policiais que sobreviveram ao atentado contra as Torres Gêmeas novaiorquinas no dia 11 de setembro de 2001.

- Eu gosto que as pessoas que não são nacionalistas apreciem o filme, porque significa que têm coração. Mas não é minha vontade usar esse filme com intenções políticas, fazer isso seria equivocado - acrescentou.

Autor de várias obras de forte conteúdo histórico e político, como "Salvador" (1986), "Platoon" (1986), "JFK" (1991) e "Nixon" (1995), este ex-combatente do Vietnã é consciente de que a polêmica costuma acompanhar suas estréias.

- Minha obra é forte, e isso sempre vai ofender alguém. 'Salvador', por exemplo, teve umas críticas espantosas - lembra o diretor sobre o filme baseado na guerra em El Salvador nos anos 80.

Uma dessas críticas a "As Torres Gêmeas", foi feita dias atrás neste mesmo 54º Festival Internacional de San Sebastián, pelo diretor americano Jonathan Demme.

- Não seria um filme de Oliver Stone, se não tivesse alguma crítica negativa - respondeu nesta quinta-feira o próprio criticado.

Todavia, Stone considera que seu filme pode ajudar a "recordar o episódio", o que acredita ser importante porque esquecê-lo seria "perder o sentido do acontecido. É preciso lembrar os sentimentos daquele dia".

- Gosto de ver meu filme como uma estátua em um parque, como um monumento em memória do que aconteceu - disse.

O cineasta reconhece que sua percepção das coisas mudou desde o 11/9.

- Assim como mudou o mundo nestes cinco anos. Há muita gente cega pela ideologia, pelo ódio. Existe um clima de medo e de crueldade - explicou.

Stone elogiou o elenco do filme, encabeçado por Nicolas Cage, Michael Peña, Maggie Gyllenhaal e Maria Bello, que "se parecem muito com os personagens reais".

- Cage é um dos melhores atores de sua geração. O outro personagem (interpretado por Peña) é um hispânico; aí temos o Norte e o Sul - destacou.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]