Serviço
Veja as informações do espetáculo no Guia Gazeta do Povo
Uma das marcas da verdadeira arte é conseguir retratar uma situação corriqueira ou dolorosa de forma poética, e, no caso da ópera, ela faz isso unindo diversas formas de expressão. É o que os curitibanos poderão conferir de amanhã até domingo no Guairinha, que apresenta o monólogo lírico contemporâneo A Voz Humana (Veja o serviço completo do espetáculo no Guia Gazeta do Povo).
A autoria não poderia ter assinaturas de maior calibre: o texto é do dramaturgo, poeta e cineasta Jean Cocteau (1889-1963) e a música, do compositor e pianista Francis Poulenc (1899-1963).
A apresentação dessa peça musical inédita em Curitiba, celebrada como um dos exemplares da operística moderna e escrita no início dos anos 1950, partiu de um desejo da soprano Josianne Dal Pozzo de trabalhar em duo com o marido, o pianista Jocir Macedo.
"Um aluno sugeriu que essa ópera ficaria boa na minha voz", relembra a cantora, que alcança notas muito agudas e tem muita desenvoltura em tons médio graves justamente o que requer a partitura de A Voz Humana.
Sob a direção cênica de Jul Leardini, Josianne emprestou esses timbres para contar a história de uma mulher sem nome abandonada pelo marido, que está prestes a se casar com outra. Durante cerca de 50 minutos, ela protagoniza uma interminável ligação telefônica em que fala com um mordomo e seu ex-marido, tentando convencê-lo a voltar atrás. O cenário e o figurino ampliam a sensação de claustrofobia maníaco-depressiva, enquanto uma bailarina representa as sombras da personagem.
O canto é executado em francês, com legendas em português. O programa entregue gratuitamente na entrada apresenta a história que inspirou diversas releituras, como o filme O Amor, de Roberto Rosselini, com a atriz Anna Magnani.
"A música pontua de maneira inteligente todo o drama da separação e pela fala da mulher deduzimos o que o homem está falando", explica o maestro Osvaldo Colarusso, que dirige a parte musical.
As soluções de direção levaram em conta a complexidade da ópera de câmara, em que apenas uma atriz canta, e ainda num texto que evolui numa espiral como o fio de telefone, na comparação do diretor Leardini. "As óperas italianas são mais fáceis de resolver, porque repetem os recitativos, e nesta, a cada trecho, há uma coisa nova", explica.
A apresentação de A Voz Humana faz parte de um projeto de formação de plateia para a ópera (no começo da semana foram apresentados um exemplar barroco, Didon, e a tradicional La Bohème).
Serviço
- A Voz Humana- Guairinha (R. XV de Novembro, s/nº), (41) 3304-7900- Amanhã, sábado e domingo, às 20h- R$ 30, R$ 20 (bônus) e R$ 15 (meia). Desconto de 20% para cartão Teatro Guaíra- Sessão beneficente dia 13 às 18h (R$ 5)
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