• Carregando...
Relato sobre fotógrafos cobrindo os conflitos raciais na África do Sul tem méritos | Divulgação
Relato sobre fotógrafos cobrindo os conflitos raciais na África do Sul tem méritos| Foto: Divulgação
 |

Na locadora

Repórteres de Guerra

(The Bang Bang Club. Canadá e África do Sul, 2010).

Direção: Steven Silver. Com: Ryan Phillippe e Malin Akerman.

Paris Filmes. 106 min.

Preço médio: R$ 12,90.

Classificação indicativa: 14 anos. Drama

Repórteres de Guerra adapta o livro Clube do Bangue-Bangue, de Greg Marinovich e João Silva, a metade sobrevivente de um quarteto de fotojornalistas insanos famoso por cobrir conflitos em tudo que é lugar do mundo, da África aos Bálcãs e no Oriente Médio. São três sul-africanos e um português, o João.

Sem ter passado nos cinemas brasileiros, o filme está disponível em DVD e tem méritos, apesar das limitações evidentes de Ryan Phillippe como ator. O episódio retratado com mais detalhes é dos conflitos raciais na África do Sul, no início dos anos 90, pouco antes de Nelson Mandela sair da cadeia.

A reconstituição do período tem minúcias e mostra vários instantes fotografados por Marinovich, Silva, Kevin Carter (1960-1994) e Ken Oesterbroek (1963-1994). Como acontece nas produções baseadas em histórias reais, as fotografias verdadeiras ilustram os créditos finais e dá para reconhecer nelas os momentos da história (e do filme) em que ocorreram.

Ryan Phillippe consegue interpretar um fotógrafo profissional como se fosse um turista atabalhoado, correndo sem saber se segura a câmera ou a bolsa com os negativos. É dele o papel de Marinovich, um fotojornalista que decide ir aonde nenhum branco foi para retratar o conflito sul-africano, vencendo o Prêmio Pulitzer pela fotografia de um homem executando outro de uma tribo rival – cena que testemunhou a meros três metros de distância. Depois dos eventos narrados no filme, Marinovich largou mão de cobrir guerras e assumiu uma vida tranquila e familiar.

Taylor Kitsch encarna Kevin Carter, outro fotógrafo vencedor do Pulitzer que acabou se matando. É dele a imagem de uma criança agachada numa paisagem árida do Sudão, com um abutre à espreita. Especula-se que Carter cometeu suicídio porque, depois de receber o prêmio, sofreu críticas duras por não saber qual teria sido o destino da criança que fotografou.

Ken Oosterbroek, interpretado por Frank Rautenbach, morreu durante uma situação besta, vítima de fogo amigo, enquanto fotografava um conflito perto de Johannesburgo, também na África do Sul.

João Silva (Neels van Jaarsveld) é o único dos quatro a continuar trabalhando. Em 2010, cobrindo a Guerra do Afeganistão para o jornal The New York Times, ele foi ferido gravemente por uma mina e perdeu as duas pernas. GGG

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]