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Uma Família da Pesada: série foi indicada ao Emmy 2009 de melhor comédia | Divulgação
Uma Família da Pesada: série foi indicada ao Emmy 2009 de melhor comédia| Foto: Divulgação

Com uma nova política de aumentar o número de candidatos às suas principais categorias, o Emmy Awards deste ano surpreendeu ao incluir entre os indicados à melhor comédia a série animada Uma Família da Pesada. Afinal de contas, fazia quase 50 anos desde a última vez em que uma animação havia concorrido ao páreo: Os Flintstones, em 1961. Até aí tudo bem, não fosse um pequeno agravante que acabou colocando a Academia de Artes e Ciências da Televisão de Hollywood em uma saia justa daquelas. Após 20 temporadas (13 a mais do que Uma Família da Pesada) Os Simpsons nunca receberam a mesma indicação.

Até mesmo o criador de Uma Família da Pesada, Seth Mac­­Farlane, embora feliz com a indicação recebida por seu seriado, admitiu a injustiça e declarou que Os Simpsons deveriam ter entrado na lista de indicados desde os anos 90, quando estreou na televisão norte-americana. Até porque, muito possivelmente, sem os Simpsons, a família Griffin (protagonistas de Uma Família da Pesada) não existiria.

Norteadas pela mesma premissa – o cotidiano de uma família de classe média totalmente fora dos padrões – ambas as séries entraram para a história do entretenimento mundial ao tratarem de assuntos inerentes à sociedade norte-americana sem nenhum pudor e com muito bom humor. A grande diferença entre as duas está em seus públicos-alvo. Enquanto Os Simpsons é mais voltado para uma audiência infanto-juvenil, Uma Família da Pesada encontra grande apelo entre o público adulto, o que proporciona ao seriado uma verve cômica mais ácida, virulenta e ainda mais politicamente incorreta que a de Os Simpsons.

Lançada em 1999, Uma Família da Pesada chegou a ser cancelada duas vezes – a primeira em 2002, após sua segunda temporada e uma segunda vez, após o término da terceira temporada. Mas, devido aos inúmeros pedidos de fãs, que chegaram a reunir 100 mil assinaturas em uma petição on-line e aos bons índices de audiência das reprises (além, das vendagens generosas de DVDs), os executivos da Fox não viram outra saída além de mantê-la no ar.

Os motivos de tamanho fascínio? Roteiros que não caem no marasmo e coragem para investir em piadas sobre assuntos considerados "sérios". Por exemplo, no primeiro episódio da segunda temporada, o cão da família, Brian, entra para o de­­partamento de narcóticos da polícia como cão farejador e se torna viciado em cocaína. Em uma das cenas, ele chega a levar uma prostituta para assistir televisão com a família, enquanto o pai, Peter, se debate entre os poucos capítulos do clássico O Velho e o Mar, de Ernest He­­ming­­way: "Pescador imbecil. Fica sentado no barco o dia inteiro sem ter o que comer", define, certeiro.

Isso sem falar no caçula, Stewie, um bebê com o senso de humor de um ditador nazista, que não hesita em se referir à própria mãe como "bêbada nojenta" e ao pai como "gordo burro".

Até Hugo Chávez anda incomodado com a série e ameaçou multar as companhias venezuelanas de tevê a cabo que insistirem em exibi-la. Tudo por causa de um episódio (o 12.º, da 7.ª temporada) em que o filho Chris, de 13 anos, é preso por porte de drogas, o que leva os Griffin a iniciar uma campanha de legalização da maconha.

A lei é aprovada pelo prefeito da cidade de Quahog (Rhode Island), onde eles vivem, e todos os moradores tornam-se viciados. Apologia ao uso da maconha? Não, apologia ao senso de humor.

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