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O fim do ano promete ser tenso para a Orquestra Sinfônica do Paraná. Com o término da atual gestão do governo do estado, mais de 20 músicos terão de sair de seus cargos, devido ao término dos contratos de comissionamento. O problema é que ainda não há uma solução que garanta a reposição das perdas. Uma ação popular contesta essa forma de contratação que o poder público vinha usando até agora. E sem esses músicos, o trabalho da orquestra – que já conta com um número mínimo de pessoal, com apenas 68 profissionais – não pode seguir por uma nova temporada.

A única solução possível para o problema parece ser a realização de um concurso público para contratação de músicos estatutários. Originalmente, todos os integrantes da orquestra, criada em 1985, eram concursados. Com o tempo, porém, os fundadores foram se afastando ou se aposentando. Além disso, há vários anos, o governo deixou de fazer concurso para substituições, preferindo contratos por tempo determinado e com víncluo mais flexível.

"Há risco de continuidade para a orquestra se não for realizado um concurso", admite a diretora artística do Centro Cultural Teatro Guaíra, Nena Inoue. Segundo ela, todas as negociações para que o concurso saia do papel estão sendo realizadas. As secretarias responsáveis, especialmente a da Administração, estão sendo contatadas e parecem sensibilizadas com a situação. No entanto, ainda não há uma ordem para que o processo do concurso seja iniciado.

"Não acredito que seja viável contratar novos músicos em cargos de comissão", afirma o maestro titular da orquestra, Alessandro Sangiorgi. Sangiorgi e o Guaíra defendem que seria necessário contratar mais 27 músicos para garantir que tudo funcione bem. Hoje, mesmo com os comissionados, o maestro conta que é necessário chamar músicos adicionais a cada concerto, o que consome o já apertado orçamento da sinfônica paranaense.

Nena Inoue diz que a mesma situação acontece no outro grande corpo estável do teatro, o Balé Teatro Guaíra. Apenas seis bailarinos do grupo atual são concursados. Os demais têm de entregar o cargo no fim deste ano. "Acreditamos que tudo vá ser solucionado, até porque a continuidade destes dois grupos é muito importante. O governo está atento e creio que os concursos necessários serão realizados", afirma Nena.

Substituição

Outro fator ajuda a aumentar ainda mais a insegurança do trabalho dentro da orquestra. A Associação dos Músicos da Orquestra Sinfônica do Paraná publicou em Diário Oficial, em julho, o resultado de uma votação realizada por seus integrantes. O documento sugere o nome de três regentes que, na opinião dos músicos, poderiam assumir o posto de maestro titular em 2007. Na verdade, essa já é a segunda vez em que a associação pede a substituição de Alessandro San-giorgi, que está no comando da orquestra desde 2002. "É um processo natural", afirma o presidente da associação, o violinista Acácio Weber. Para ele, a orquestra deveria trocar de maestro a cada dois anos, para melhorar seu desempenho.

A direção do Guaíra diz que não há motivos para a troca de Sangiorgi. "Analisamos o pedido feito no ano passado, para que o contrato do maestro não fosse renovado. Mas vimos que o público tem vindo aos concertos e há muitos elogios. Além disso, a retomada das óperas tem muito a ver com o trabalho do Sangiorgi", afirma Nena Inoue. O maestro diz que seu contrato prevê a permanência até o fim do ano. "Se houver um convite para ficar por mais tempo, vou estudar. Acredito que o público está satisfeito com o nosso trabalho e tenho muitos músicos a meu favor", afirma.

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