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Personagens da trilogia original dividem a cena com adolescentes em novo filme da série Pânico | Divulgação
Personagens da trilogia original dividem a cena com adolescentes em novo filme da série Pânico| Foto: Divulgação
  • US$ 40 milhões foi o total de bilheteria acumulado pela animação Rio, do brasileiro Carlos Saldanha, no primeiro fim de semana de exibição nos cinemas da América do Norte. No mundo, o filme, cujo orçamento foi de US$ 90 milhões, já havia acumulado, até ontem, US$ 168 milhões

Embora a imprensa norte-americana apostasse que Pânico 4 (confira trailer, fotos e horários das sessões; atenção à data da validade da programação em cinza) faria bonito nas bilheterias em seu fim de semana de estreia, o filme de Wes Craven, diretor talentoso cuja obra é voltada quase exclusivamente ao gênero horror, foi uma decepção do ponto de vista comercial. Com US$ 19 milhões renda, bem abaixo do que o esperado, levou uma surra daquelas da animação Rio, do brasileiro Carlos Saldanha, que rendeu mais do que o dobro, cravando US$ 40 milhões nos três primeiros dias de exibição na América do Norte, tornando-se a melhor estreia de 2011 por lá. O fiasco do novo Pânico não chega a ser surpreendente: o filme é bem fraco.

Em 1996, quando foi lançado o primeiro episódio da série, também assinado por Craven e escrito por Kevin Williamson (criador das séries Dawson’s Creek e The Vampire Diaries), o filme foi festejado pelo frescor com o qual costurava referências de inúmeros filmes de terror. De Sexta-feira 13 a O Iluminado, de Halloween a Psicose. A brincadeira metalinguística, que flertava com o chamado "terrir", era original, porque não se tratava de uma comédia, mas de uma história apavorante que, de certa forma, ria de si própria.

Passados 15 anos desde o lançamento de Pânico, a tentativa de reviver a série, voltando a fazer o mesmo jogo de autorreferências, citando, inclusive, os próprios longas-metragens da franquia, não deu muito certo.

Os sobreviventes da trilogia – a perseguida Sidney Prescott (Neve Campbell), e repórter Gale Weathers (Courteney Cox) e o policial Dewey Riley (David Arquette) – estão de volta, mas o foco agora é numa nova geração de adolescentes que cultua tanto os filmes feitos a partir dos assassinatos cometidos pelo Ghostface (Cara de Fantasma) – hoje um ícone dos filmes de horror – quanto os próprios acontecimentos trágicos que modificaram para sempre a vida da cidadezinha onde moram.

Há poucos momentos inspirados nesse quarto capítulo, à exceção da bem sacada a justificativa do(a) assassino(a), quando sua identidade é revelada: tudo o que ele(a) desejava era se tornar famoso(a) num momento em que não se precisa fazer nada de especial ou de relevante para ganhar a atenção da mídia. E ninguém mais se interessa por ler, apenas em ver, assistir.

Mas isso é muito pouco. Pânico 4 é o pastiche do pastiche do pastiche... Uma boa ideia re­­­quentada tantas vezes que perdeu o sabor.

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