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| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Com apenas 31 anos, Ricardo Dória já é um dos principais nomes do empreendedorismo paranaense. Para muitos, o fundador da Aldeia Coworking e d’A Grande Escola é o típico jovem de sucesso. Só que, para ele, esse sucesso está nas pequenas conquistas e na capacidade de transformá-las em força motor para novos desafios e não apenas nos grandes feitos.

Em uma época em que todo mundo sonha em ser o próximo Mark Zuckerberg, Dória defende a importância dessa pluralidade de objetivos e de se fazer aquilo que gosta, sempre lembrando que não há problema em também colecionarmos alguns fracassos. Ele é um dos convidados do próximo Papo U, que acontece no MON no próximo dia 22, e vai discutir como pensar a carreira em um mercado rodeado de tantas transformações.

Com base na sua experiência como jovem empreendedor, o que é o sucesso?

Por mais que a gente sempre veja casos de pessoas que dizem ter alcançado o sucesso ao pedir demissão ou ao ter dado a volta ao mundo, não existe uma fórmula definitiva. Você pode ter sucesso em seu emprego sem nem mesmo chegar lá no topo. É algo bem particular

Ele acontece toda vez que você conquista aquele sonho. Às vezes, ser uma pessoa de sucesso é ter tempo. E, se você consegue configurar a sua vida para isso, você é mesmo alguém de sucesso. O mesmo vale se você quer ser um CEO de uma startup que vai bombar no Vale do Silício. O importante é perceber que definir o que é sucesso com base na conquista dos outros faz com que ele seja minimizado à vida de uma ou duas pessoas, mas não à sua. Se todo mundo fosse o Mark Zuckerberg, teríamos toda a população — menos um — infeliz.

Por mais que a gente sempre veja casos de pessoas que dizem ter alcançado o sucesso ao pedir demissão ou ao ter dado a volta ao mundo, não existe uma fórmula definitiva

Ricardo Dória  fundador da Aldeia Coworking e d’A Grande Escola

E você se considera alguém de sucesso?

Você não precisa ser ou não uma pessoa de sucesso. O que acontece é que todo mundo comete vários sucessos ao longo da vida, assim como também muitos fracassos. Então, se eu olho para trás na minha vida, eu observo conquistas fantásticas em cima das coisas que eu sonhava, mas também tenho fracassos e isso é normal. O importante é passar bem por cada uma dessas fases e saber aproveitá-las.

Estamos em um cenário de crise que deixa o futuro ainda mais incerto. Como encarar esse momento?

Eu acredito e espero que, com essa reconfiguração do sucesso como algo muito mais ligado ao propósito da pessoa, esse tipo de cenário não vai mais importar tanto. Antes, a gente acreditava que o sucesso estava no lucro, ou seja, em receber mais do que se entrega. Só que estamos percebendo com essa lógica é bastante negativa.

Não que o lucro não seja bom, mas tem um pensamento que é muito melhor, que é o de quanto mais você entrega, menos você recebe. E é o que chamamos de legado. Boa parte dessas profissões que estão gerando sucesso atualmente, como os YouTubers, estão muito mais preocupadas com o legado do que com o dinheiro.

Recentemente tivemos a polêmica envolvendo a Bel Pesce, que acabou gerando muita discussão após ser acusada de “empreendedora de palco”. Que lição podemos tirar desse episódio?

Eu acho ela extremamente admirável por tudo o que já fez e a considero realmente “melhor” do que 99,9% dos outros empreendedores. Afinal, ela estudou no MIT e fez muita coisa que pouca gente conseguiu conquistar. Mas o grande erro dela foi não estar contente em ser melhor do que 99,9% das pessoas. Ela quis ser melhor do que 99,999% e começou a exagerar nos relatos dela. E foi esse exagero que não colou.

A lição que dá para tirar é que a gente sempre tem que buscar aquilo que acreditamos e o que vale a pena para nós. É estar de bem com as nossas escolhas e com nossas histórias. Olhando de longe, tive a impressão de que ela não estava confortável ainda com suas conquistas e precisou maquiar tudo isso para parecer muito mais. E a verdade é uma das coisas que pode tardar, mas ela sempre chega.

Saiba mais: Venha continuar o papo sobre sucesso com Ricardo Dória e os demais convidados Solange Fusco, Pati Bianco e Gustavo Horn, no dia 22 de setembro, às 19h, no Museu Oscar Niemeyer (MON). As inscrições são gratuitas. Clique aqui e inscreva-se .

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