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A participação de Gilberto Gil no governo do PT tem pelo menos um mérito: chamar a atenção para o próprio Ministério da Cultura, pasta tradicionalmente secundária no cenário político. Na condição de "ministrartista" (como ele mesmo se define), Gil se tornou um misto de embaixador e garoto-propaganda do Brasil, viajando e cantando pelo mundo como um Pelé da cultura.

Mas pegou mal o clima de "trem da alegria" que tomou conta do Ano do Brasil da França. Além de mostrar basicamente manifestações artísticas folclorizadas (como se o país não tivesse uma cultura urbana e contemporânea significativa), a programação musical foi dominada pela "panela" da MPB.

Vide o show Viva Brasil em Paris, realizado no dia 13 de julho para marcar o ápice das comemorações. O espetáculo, lançado em CD e DVD, traz um elenco de artistas previsível – Gal Costa, Lenine, Daniela Mercury, Seu Jorge, Joge Benjor, além do próprio Gil.

Realizado pelo grupo Pão de Açúcar e as produtoras Gege (da mulher do ministro) e Natasha (da ex-mulher de Caetano Veloso), o material apresenta um típico show para gringo ver. De "Aquarela do Brasil" a "País Tropical", está tudo lá. Com um agravante: uma constrangedora versão de "La Marsellaise" cantada em coro pelos convidados. Vai uma banana aí?

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