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Se você quer saber o que vai ser tocado nos concertos de música erudita de um determinado ano, o melhor caminho é começar olhando em uma enciclopédia quais são os grandes compositores que completariam aniversários redondos naquela data. Se há uma coisa que maestros e programadores de eventos da área gostam é de homenagear os grandes nomes da música do passado.

Uma pequena amostra dessa tendência pode ser conferida em duas salas de concerto de Curitiba amanhã. Tanto no Teatro do Unicenp quanto no Guairão haverá apresentações que homenageiam Mozart, que tem seus 250 anos de nascimento comemorados em todo o mundo. O recital do UnicenP, que faz parte do projeto Domingo no Câmpus, vai ainda mais longe: celebra também os 150 anos de morte do alemão Robert Schumann e o centenário de nascimento do russo Dimitri Schostacovitch.

A programação da Sinfônica é voltada para a participação do flautista Raffaele Trevisani, que fará dois concertos em parceria com a orquestra. O primeiro é uma novidade: será a estréia sul-americana do Concerto em Si Bemol Maior para Flauta e Orquestra, Op. 65, do italiano Giulio Briccial-di (1818-1881). O músico é pouco conhecido hoje. Em sua época, era reconhecido como um importante flautista. É uma oportunidade de conhecer a obra dele como compositor.

A segunda colaboração do flautista será já em uma homenagem a Mozart. O maestro Roberto Duarte, que volta a fazer uma colaboração com a orquestra, depois de ter sido seu titular cinco anos atrás, vai reger o Concerto para Flauta e Orquestra N.º 2 em Ré Maior. Depois, os músicos da orquestra tocam ainda a última e provavelmente mais famosa sinfonia composta por Mozart, a Júpiter, Número 41 – daquelas que todo mundo na platéia vai saber cantar trechos junto, por mais que não reconheça a peça pelo nome.

Novidades

No UnicenP, a programação é voltada para os compositores tradicionais mas com uma tentativa de mostrar obras ainda pouco conhecidas do público. "Faremos duas peças pouco conhecidas no Brasil", afirma o maestro Osvaldo Colarusso, programador dos concertos no Teatro do UnicenP. Ele convidou para o recital o Quarteto de Cordas da Cidade de São Paulo, que apresentará obras de Mozart, Schumann e Schostacovitch.

De Mozart, a obra selecionada foi um quarteto de juventude. "Mozart compôs esta peça quando tinha apenas 14 anos e estava tendo lições de contraponto. O último movimento é uma fuga, que mostra exatamente qual era a preocupação dele naquele momento", comenta Colarusso. A obra é pouco executada e mostra uma parte importante do desenvolvimento musical de Mozart.

A homenagem a Schumann acontece com o Quarteto N.º 1, Op. 41. De certa maneira, a obra de câmara de Schumann é normalmente posta em segundo plano. As partes mais conhecidas de seu trabalho como compositor são as peças sinfônicas e a música para piano solo. Mesmo entre as obras para pequenos grupos de instrumentistas, o mais conhecido de seus trabalhos é um quinteto. Portanto, quem gosta de música romântica pode aproveitar para conhecer um raro quarteto de Schumann.

A última peça do concerto será o Quarteto N.º 3 em Fá Maior, Op. 73. Schostacovitch é um dos nomes mais importantes para compreender a música do século 20. Dono de um talento revelado precocemente, foi um dos artistas russos que preferiu permanecer no país mesmo depois das sérias restrições criativas impostas pelo Partido Comunista. de certa maneira, acompanhar os meios que ele usou para se adaptar à situação é uma maneira de entender as relações entre arte e política no nosso tempo.

Serviço

Guairão (Pça. Santos Andrade, s/n.º), (41) 3315-0979. Orquestra Sinfônica do Paraná, com a participação do flautista Raffaele Trevisani. Obras de Mozart e Giulio Briccialdi. Amanhã, às 10h30. Ingressos a R$ 10.

Teatro do UnicenP (R. Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300), (41) 3317-3283. Amanhã, às 11 horas. Ingressos a R$ 10.

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