Paraíso, versão 82

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A nova versão de Paraíso estreia hoje às 18 horas na RPC TV. A novela que Benedito Ruy Barbosa escreveu em 1982 foi trazida para os tempos atuais pelo próprio autor, que contou com a ajuda da filha, Edmara. A história fala do romance entre José Eleutério (Eriberto Leão), o "filho do diabo", e Maria Rita (Nathália Dill), a santinha.

Vinte e sete anos atrás, quando Paraíso foi ao ar pela primeira vez, o par central era interpretado por Cristina Mullins e Kadu Moliterno. Ela deu um tempo da ficção, enquanto ele deve fazer uma participação especial a pedido de Barbosa.

Cristina continua com a mesma voz meiga e tranquila. O par de olhos azuis também mantém a mesma serenidade que quase nos fez acreditar que aquela mocinha da tevê era realmente capaz de operar milagres.

A atriz que ficou marcada pelo sucesso da personagem Santinha não trabalha mais em novelas. Depois de uma participação em Senhora do Destino (2004) e na temporada de 2006 do Sítio do Pica-pau Amarelo, Cristina agora se dedica ao papel de avó.

"Meu neto está morando comigo e preciso dar atenção a ele. Nos últimos anos também me voltei para os estudos. Me formei em Biologia e cheguei a fazer Veterinária. Aproveito o tempo livre que tenho para viajar e fazer o que mais gosto: ficar perto da natureza e dos animais", diz Cristina, citando incursões recentes à África e à Antártica.

Complexa

Da época da Maria Rita, a Santinha, ela guarda ótimas lembranças, apesar de considerar a personagem muito complexa. "Paraíso é um Romeu e Julieta brasileiro. Como todas as heroínas de Benedito Ruy Barbosa, a Santinha era muito difícil de fazer, pois tinha um conflito interno muito grande que precisava ser passado ao público", explica.

Cristina ficou sabendo da nova versão da novela pelos amigos. Disse que não conhece o trabalho de Nathália Dill – a nova Santinha – e que não foi procurada pela nova protagonista. "É isso mesmo. Ela deve seguir seu próprio caminho, já basta toda a pressão que deve estar sentindo."

Emoção

Kadu Moliterno, o Zé Eleutério da primeira versão, ganhou um papel na trama que estreia hoje. Ele será Bertoni (interpretado em 1982 por Jorge Cherques), o dono do bar onde se passa boa parte da história da fictícia Paraíso.

"Considero o Bertoni uma homenagem do Benedito. Fiquei muito emocionado com o convite. O Zé Eleutério foi, sem dúvida, o personagem mais importante de toda a minha carreira. A história é linda e trará de volta a simplicidade que a gente precisa hoje em dia", diz Moliterno.