• Carregando...
 | /
| Foto: /

Depois de quase dois anos de uma turnê comemorativa aos 30 anos de lançamento do álbum de estreia, Cinema Mudo (1983), a banda Os Paralamas do Sucesso arremata a retrospectiva da carreira com mais um box reunindo toda a sua discografia, 1983-2015 (Universal Music, preço médio: R$ 366). A banda já havia compilado seus álbuns na lata Pólvora, em 1997, na esteira do grande sucesso dos discos Vamo Batê Lata (1995) e Nove Luas (1996). “Aproveitando o que já havíamos feito para a lata de 1997, agora todos os nossos álbuns estão incluídos. E ainda incluímos duas gravações inéditas recentes, de músicas que gostamos muito de nossas referências argentinas”, conta o baterista João Barone, referindo-se à coletânea Paralamas em Espanhol.

O músico conta que ele, Herbert Vianna e Bi Ribeiro acompanharam todo o projeto, especialmente a reunião das gravações raras para complementar o box na falta de sobras de gravações (disco Raridades). O processo, conta Barone, fez a banda reavaliar obras anteriores. “Gostamos muito de Os Grãos [1991] e Severino [1994], trabalhos que não tiveram uma resposta comercial muito grande em relação à outros nossos, mas que ajudaram a sedimentar nossa identidade musical”, diz.

Os dois álbuns, junto com Bora-Bora (1988) e Big Bang (1989), foram marcados pelo aprofundamento dos experimentos rítmicos e sonoros da banda com música latina e afro-caribenha, elementos eletrônicos e sopros. O marco desta virada musical havia sido o bem-sucedido Selvagem? (1986), pioneiro ao incorporar ao rock a “música do terceiro mundo”. Mas Severino, por exemplo, vendeu cerca de 55 mil cópias – um fracasso na época para uma banda do porte dos Paralamas, que é considerada a banda brasileira de maior sucesso.

A volta por cima comercial foi Vamo Batê Lata – presente na caixa junto com outros cinco registros ao vivo. Com os 12 álbuns de estúdio e as duas coletâneas, são 20 discos. “Temos noção de que esse tipo de produto é muito especial, voltado para o fã mesmo, por conta dos CDs extras com coisas fora do comum, mas muita gente acaba indo atrás para ter nossa obra completa neste formato”, conta Barone, explicando que a caixa só não saiu junto com a turnê por conta do processo de compra da gravadora EMI pela Universal em 2013.

Na medida da desaceleração da bem-sucedida turnê 30 Anos, Barone, Herbert e Bi começaram a trabalhar em novas canções, ainda sem qualquer previsão – e sem a responsabilidade de promover mais alguma ruptura estética depois de uma carreira tão longa. “Trazemos conosco nossa herança musical. Ao mesmo tempo, pensamos sempre em fazer algo diferente no porvir”, explica Barone. “Estamos dedicando mais tempo para o material inédito do Herbert, ele escreve muito. Esse processo não tem hora certa para acabar. Quando a gente sentir firmeza, gravaremos, sem pressa.”

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]