Paz, amor, música e literatura com Moraes Moreira

• 0

Lançamento

A Revolta dos Ritmos

Moraes Moreira. Biscoito Fino. R$ 29,90.

Moraes Moreira, aos 65 anos, garante estar em forma: "Nunca paro de compor." O que não significa, porém, que o cantor e compositor siga lançando discos de inéditas aos montes. Nos últimos sete anos, o filho de Ituaçu, na Bahia, preferiu inclusive a literatura à música. Colocou dois livros nas prateleiras: A História dos Novos Baianos e Outros Versos, um cordel, de 2008, e Sonhos Elétricos, de linguagem mais convencional, de 2011. Um CD e DVD ao vivo, com o nome da sua primeira publicação, também saiu, mas nada do sucessor de De Repente, último trabalho com novidades, de 2005.

Num momento improvável, já que Acabou Chorare, antológico álbum dos Novos Baianos, completa 40 anos em 2012 e ele saiu em turnê revisitando o disco com o filho, Davi Moraes, chega, enfim, o novo A Revolta dos Ritmos.

O nome, curioso, tem explicação divertida. A ideia inicial era que este seria um álbum só de sambas – samba de breque, samba-canção, etc. – até que... "Um dia passou pela minha cabeça que os outros ritmos ficariam com ciúmes", diz o músico, antes de recitar, entre gargalhadas: "O bolero ia querer dar um lero, o rock ia ter um choque."

Rejuvenescimento

E o disco vem cheio desse bom humor. De bem com a vida após a boa recepção da sua turnê de Acabou Chorare, o baiano diz se sentir rejuvenescido ao ver um público mais novo em seus shows. "Isso é fantástico, cara. É garotada nova, mesmo. Sempre lotado."

A vida de escritor agora interfere na de compositor, cujo próximo projeto literário será um livro de poemas. Uma influência positiva, garante ele. Por isso, canções como "Feito Jorge Ser Amado", "A Dor do Poeta" e "Brasileira Academia", fazem homenagens a Jorge Amado, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade, respectivamente. "Sinto uma segurança maior para compor", diz ele. Não por acaso todas as 12 composições de A Revolta dos Ritmos são assinadas por ele – apenas duas nasceram em colaboração com Fred Góes. Pode ser xote ou rock, baião ou maracatu, Moraes Moreira quer paz e amor. Música e literatura.