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Eddie Vedder ri quando se lembra dos primeiros anos de sua banda, o Pearl Jam, e como o grupo administrou as pressões do sucesso. "A gente sente dores cada vez maiores quando cresce, mas nós as sentimos quanto tentávamos encolher." O disco de estréia da banda, "Ten", de 1991, se tornou um marco do rock com 9,4 milhões de cópias vendidas só nos Estados Unidos.

O sucesso incomodou o quinteto, que se recusou a trocar sua integridade pela popularidade. Ele não fizeram clipes e apareceram o mínimo possível na imprensa. Lançaram uma série de álbuns experimentais que só não alienaram os fãs mais fiéis. Não faziam dois shows iguais, abusando de músicas desconhecidas e de improvisos de 10 minutos.

- Rejeitamos o que parecia fácil e tentamos ir além daquilo tudo - explica o guitarrista Stone Gossard.

Em seu oitavo álbum, que chega às lojas dia 2 de maio, Pearl Jam nunca pareceu mais contente com sua própria identidade. As 13 faixas tratam da condição humana no mundo pós 11 de setembro através de uma rica tapeçaria de personagens e narradores. Recuando dos sentimentos veementes contra o presidente Bush de "Riot act" (2002) e da turnê Vote para Mudar, de 2004, Vedder volta a abraçar o estilo de contar histórias como em "Alive" e "Black."

- Contando histórias, a gente consegue transmitir emoção ou sentimento ou uma observação da realidade moderna sem ser propositivo, o que vemos muito hoje em dia - diz Vedder, lembrando que "redescobriu uma capacidade que tinha esquecido que possuía", a de escrever sob a perspectiva de outras pessoas.

Gossard, o guitarrista Mike McCready, o baixista Jeff Ament e o baterista Matt Cameron também elevaram o pique musical no punk de tirar o fôlego "Comatose" , no rockão "Life wasted" nas meditativas e psicodélicas "Inside Job" e "Come Back", uma canção de amor de inclinação R&B.

- Este disco é ma espécie de revitalização em termos de aceitarmos nossas potencialidades naturais e também incorporar o melhor de nossas experiências - diz Gossard.

Esta postura reconciliou com as rádios de rock, que dominavam no início dos anos 90 ao lado das co-irmãs de Seattle Nirvana, Alice in Chains e Soundgarden.

O primeiro single "Worldwide suicide" chegou ao primeiro lugar da parada de rock da "Billboard" em apenas duas semanas. A faixa ficou disponível para download gratuito no site da banda uma semana antes de ir para as rádios. Várias emissoras começaram a tocar tambem o lado B do single, "Unemployable".

Indagado sobre as razões de uma resposta tão rápida para "World wide suicide", Gossard disse que o som é muito cru e o refrão pega o ouvinte imediatamente.

- Além disso, qualquer um pode se ligar no conceito de que o mundo está fora de controle - diz Eddie Vedder.

Este é o primeiro CD pela J. Records, depois que a banda rompeu com a Epic, subsidiária da Sony, onde estava desde o começo da carreira.

- Não sei se qualquer gravadora poderia agüentar a gente pelo modo como as coisas aconteceram. No começo vendíamos 10 milhões de discos e, depois de anos, passamos a vender 1 milhão, o que para nós é ótimo, mas acho que ficaram meio loucos quando tentaram repetir o sucesso do passado.

O vice-presidente de marketing da J. Records, disse que o namoro com a banda data de 2001. Quando assinaram, os executivos da J. deixaram o Pearl Jam em paz por mais de um ano.

- A J. estava confortável com nosso estilo. Não esperavam que fizéssemos alguma coisa que parecesse artificial - diz Gossard.

A J. colaborou também com o Ten Club, a organização de fãs que administra os discos piratas oficiais da banda, que já venderam 1,8 milhão de cópias, além de milhares de downloads. O presidente do Ten Club, Tim Bierman, informou que as encomendas pelo site da banda dão direito a um disco com o show de abertura que fizeram para Keith Richards em janeiro de 1992.

Para fortalecer a rede independente de venda de discos, o Pearl Jam venderá o EP de sete músicas, "Live at easy street," exclusivamente na Coalizão de Lojas Independentes a partir de 20 de junho. A queda na venda de discos não se refletiu nas turnês. A banda é estradeira e faturou US$ 36 milhões em 68 shows realizados desde 2003.

Uma nova turnê mundial começa dia nove de maio em Toronto, Canadá, e incluirá shows em conjunto com Tom Petty & the Heartbreakers em julho.Entre os shows de abertura estão My Morning Jacket, Sonic Youth e Robert Pollard.

- Ensaiamos mais para esta turnê do que para qualquer outra. Matt está fazendo muitos vocais e cada vez melhor. Esta é a conseqüência de integrar uma banda cover do Kiss aos 12 anos como ele fez, aprende-se a cantar - diz Gossard.

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