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Dramaturgo mineiro diz que sua peça foi encenada sem autorização | Divulgação
Dramaturgo mineiro diz que sua peça foi encenada sem autorização| Foto: Divulgação

Uma acusação grave, feita pelo dramaturgo mineiro Sérgio Abritta, coloca uma peça do Festival de Curitiba no meio de uma polêmica. Abritta diz que o texto da peça O Casamento da Minha Esposa, dirigida por Reikrauss Benemond, é de sua autoria e foi utilizado sem autorização, tendo apenas o nome original, O Marido da Minha Mulher, alterado.

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Por telefone, o dramaturgo mineiro disse que tem provas concretas de que a peça, escrita por ele em 1989, é mesmo sua: "Tenho a peça registrada na revista da SBAT (Sociedade Brasileira de Autores Teatrais), edição número 509, de 2001, e tenho a primeira montagem, de 1990, registrada em vídeo, entre outras provas". Além disso, ele garante que a peça foi montada em diversos lugares do Brasil, e em Belo Horizonte, cidade onde reside, esteve em cartaz durante alguns meses desse ano, em temporada esporádica. Abritta conta que foi alertado sobre as coincidências da peça pelo repórter Miguel Anunciação, do jornal mineiro Hoje em Dia. "Vou tomar as providências judiciais cabíveis, não tanto pelos direitos patrimoniais, mas pelos direitos morais da obra. Tenho o direito de ter o meu nome nos créditos da peça", conclui o autor.

Reikrauss Benemond, perguntado sobre o caso, afirmou que em nenhum momento disse que a peça era de sua autoria. "Encontrei o texto, sem título e sem identificação de autor, em uma caixa repleta de textos que me foi dada por César Augusto, que é cenógrafo. Montei a peça e classifiquei o autor como desconhecido. Aqui não temos SBAT e não tinha como saber que a peça tinha sido publicada lá". O cenógrafo, por sua vez, explicou que a caixa pertencia a uma amiga que dava aulas de teoria teatral e utilizava diversos textos em seu curso: "Quando ela se mudou de cidade, deu-me a caixa e eu a repassei para o Reikrauss, que se interessa pelo assunto".

Benemond diz ainda que, até o momento da entrevista, o autor da peça original ainda não havia entrado em contato com ele, e que soube do caso apenas por meio do repórter do Hoje em Dia, que, segundo o diretor, acusou-o de plágio. "Vou pedir direito de resposta no jornal de Minas e, caso seja recusado, vou fazer uma queixa na delegacia contra calúnia e difamação", anuncia.

Para o advogado e professor da Universidade Federal do Paraná, Sérgio Staut, não houve plágio se, de fato, Benemond não acusou para si a autoria da obra: "O que há é a hipótese de violação do direito patrimonial. Para montar uma peça de outra pessoa, é preciso pedir uma autorização gratuita ou onerosa ao autor", diz, e acrescenta que, no caso de Abritta comprovar a autoria, Benemond precisa solicitar essa autorização.

"O fato de não ter colocado a autoria em seu nome pode ser levado em consideração em um processo, mas a partir do momento que o diretor fica sabendo da existência do autor, ele precisa dar os créditos, ou o fato será visto como má-fé". Sobre esses esclarecimentos e sobre o seu nome constar como autor da peça no guia do Festival de Curitiba, Reikrauss Benemond não respondeu. Disse apenas que foi orientado por seu advogado, que tomará as providências necessárias, a não se pronunciar mais sobre o caso.

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