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Guta Ruiz | Marlos Bakker/Divulgação
Guta Ruiz| Foto: Marlos Bakker/Divulgação
  • Como a corista Elisa em Joia Rara: relembrando os passos de dança

Uma mostra de maturidade e pés no chão: o sonho elencado por Guta Ruiz para seu futuro como atriz é exatamente aquilo que ela está vivendo agora: fazer personagens distintos, sejam ricos ou pobres.

Desde a mudança de Curitiba para São Paulo, em 2001, ela entrou em vários projetos, como a atual corista Elisa de Joia Rara, em que tem podido escapar da pecha de "mulher poderosa".

Se esse papel na vida real não lhe seria nada desagradável, na atuação ela prefere desenvolver seu talento em personagens controversos, repletos de ambiguidade, inseridos em bons roteiros. Para isso, ela comemora cada convite para testes ou trabalhos emergenciais – que vêm se tornando sua especialidade.

E ela não esconde a ambição por protagonismo, seja em novela ou seriado.

Entre pinheirais

Dos 14 aos 28 anos, Guta, hoje com 38, cultivou a formação intelectual proporcionada pelo meio teatral curitibano. Primeiro, procurou suas sendas na Comunicação Social, cursando Relações Públicas na UFPR. Mas a vocação indicava mais os palcos do que o meio empresarial, e ela entrou para o curso de teatro na Faculdade de Artes do Paraná (FAP).

Ainda estudante, veio o primeiro teste importante ("acredito na meritocracia, acho que até o trabalho fica diferente") e ela entrou para o Ateliê de Criação Teatral (ACT) de Luis Melo e Nena Inoue, hoje Espaço Cênico. "Foi um trabalho não tão prático, mas fundamental para minha vida. Estudamos arquitetura, cenografia, história do teatro..."

Apesar de o tempo por aqui ter sido basilar para sua formação, a atriz, nascida em Santos, fazia incursões frequentes a São Paulo para ver "o que estava acontecendo". "Seguia diretores que admirava. Precisava ‘matar’ esses mitos, chegar perto deles", conta. Foi assim que ela se embrenhou entre oficinas e começou a conhecer gente – e obter trabalhos por lá.

Em 2002, um ano após a formatura, entrou no Centro de Pesquisa Teatral de Antunes Filho, onde conheceu uma atriz que a chamou para a montagem de A Casa de Bernarda Alba, com texto de García Lorca. "Foi onde as pessoas começaram a me descobrir – era gente de cinema, e fui fazendo participações", relembra.

O tal perfil de mulher poderosa, bonita, de voz grave, rendeu-lhe o papel de Renata, chefe da protagonista no seriado Alice (2008). "Trabalhei com cineastas incríveis e premiados – e entendi o mecanismo do audiovisual."

Depois veio 9mm, da Fox, com mais um papel de mulher ambiciosa – dessa vez, uma "perua má carreirista". A série Tô Frito, de MTV e Band, a transformou em curadora de arte.

"Agora esse perfil está mudando. Já fiz espetáculos como cantora punk e até uma presbiteriana num curta."

"Pra ontem"

A experiência com "papéis emergenciais" começou com um chamado do diretor Felipe Hirsch para uma substituição em A Vida É Cheia de Som e Fúria, no lugar de Maíra Weber. "Foi a peça de que mais gostei na vida" diz, sobre o bom resultado da participação, que ocorreu sem ensaios.

A segunda entrada-furacão foi na novela Passione (2010), da Rede Globo, quando ela fez a prisioneira que planejou a fuga da personagem de Mariana Ximenes da cadeia. "Passamos uma semana pulando muros e fugindo da polícia", diz. Não havia tempo para muito treino e ela foi considerada uma opção segura.

Em 2011, apareceu na telona interpretando a dona de bordel que leva Bruna Surfistinha para a prostituição: foi quando ganhou maior exposição, participando de entrevistas ao lado de Deborah Secco.

A segunda entrada na Rede Globo ocorreu, segundo ela, "pelas portas normais": durante um ciclo de leituras dramáticas do Sesc no Museu de Arte de São Paulo (Masp), um olheiro considerou seu rosto forte e a chamou para testes.

Agora, como a corista Elisa, Guta tem a oportunidade de retomar a habilidade de dançarina e experimentar uma temporada completa de novela. "O ritmo é muito rápido: são 27 cenas num dia", conta. Sobre os longos períodos de espera entre sessões de gravação, ela diz estar aprendendo muito com os outros atores, que considera generosos e talentosos.

No teatro ("preciso dele na veia, sempre"), fez outra substituição em Deus É um DJ, dirigida por Marcelo Rubens Paiva, com poucos dias para decorar um texto imenso – e não vê a hora de fazer isso de novo.

No momento, Guta aguarda o lançamento de dois longas-metragens dos quais participou: Linha de Fuga (em que atua também a curitibana e colega de faculdade Carolina Fauquemont) e Bala sem Nome, um thriller psicológico com Paolla Oliveira.

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