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Vídeo| Foto: TV Paranaense

Dicas

• A 5.ª Festa Literária Internacional de Parati acontece entre os dias 4 e 8 de julho na cidade história de Parati (RJ), a 300 km de S. Paulo (SP).

• O site do evento, www.flip.org.br, reúne todas as dicas necessárias para quem quer viajar e acompanhar o evento, incluindo listas de pousadas, restaurantes e agências de turismo.

• O melhor local para se hospedar é no Centro Histórico, onde se concentra as atividades da Flip e a movimentação de escritores.

• A programação da festa deve ser fechada até o final do mês, quando começa a venda de ingressos, também pela internet.

• Interessados podem se cadastrar no site para receber informações sobre a 5.ª Flip.

A 48 dias de começar a 5.ª Festa Literária Internacional de Parati (Flip), é bom se esquematizar. Quem quiser acompanhar o evento, de 4 a 8 julho, precisa ter fôlego para viajar de Curitiba a São Paulo – trecho que pode ser feito de avião – e depois encarar os mais de 300 km até a cidade histórica – esses só podem ser percorridos por terra (ou melhor, asfalto).

O site www.flip.org.br tem todas as dicas possíveis para ajudar os visitantes. De uma lista com 47 pousadas (12 delas no Centro Histórico) até 14 agências paratienses de turismo. A festa se divide entre as tendas dos autores e a da matriz. A primeira tem 750 lugares e é onde fica o palco para os escritores debaterem idéias entre si e com o público. A segunda, com 1,4 mil assentos, exibe em um telão as discussões em tempo real.

O Centro Histórico é, de longe, o local onde todos querem ficar, não apenas pela facilidade de acesso às tendas, mas porque é nele que os escritores costumam ser vistos passeando pelas ruelas, comendo nos restaurantes e bebendo nos bares.

A cidade que adotou Amir Klink como um de seus moradores ilustres conseguiu entrar definitivamente para o roteiro literário mundial graças à editora Liz Calder (outra residente famosa), fundadora da Bloomsbury e idealizadora da Flip. Hoje, o diretor de programação é o jornalista Cassiano Elek Machado, da revista Piauí.

"A Flip buscou, como em anos anteriores, satisfazer alguns critérios curatoriais", explica Machado. "Procuramos os melhores escritores, não necessariamente os mais famosos ou que vendam mais. Procuramos escritores que se expressem bem, que gostem de dividir suas idéias, que contribuam com o desenvolvimento da literatura. Com isso, acabamos tendo sempre uma pluralidade. Autores de diferentes países, línguas, históricos."

Embora a definição das mesas aconteça até o final deste mês, pela lista de convidados dá para supor alguns temas que devem orientar os bate-papos dessa 5.ª edição.

Dois escritores vencedores do prêmio Nobel de Literatura já estão confirmados: J. M. Coetzee (2003) e Nadine Gordimer (1991), ambos da África do Sul. Coetzee, autor de Vida e Obra de Michael K, deve falar sobre Samuel Beckett (1906 – 1989), para quem já dedicou parte de seus esforços analíticos – como no livro Inner Workings: Literary Essays 2000 – 2005 (Vintage).

Coetzee é célebre por ser recluso e não gosta de falar sobre seus próprios livros. O fato de ter aceito o convite da Flip é um acontecimento de proporções históricas. Já sua conterrânea, Nadine Gordimer, não perde a chance de conversar com leitores e outros autores. Dela, a Companhia das Letras deve lançar em junho De Volta à Vida e Contando Histórias, uma coletânea de contos organizada para uma ONG sul-africana que auxilia vítimas da aids.

Se, no ano passado, Tariq Ali e Mourid Barghouti levaram a questão palestina à Flip, neste, o público terá acesso ao ponto de vista israelense, com a vinda de Amós Oz. Nome mais importante da literatura produzida em seu país, ele escreveu De Amor e Trevas para contar a história de como sua família escapou dos nazistas para Jerusalém.

O grupo dos escritores latinos tem presença forte na festa deste ano. Um dos destaques, o mexicano Guillermo Arriaga, é mais conhecido por filmes do que por livros. Ele é roteirista de Amores Brutos, 21 Gramas e Babel, todos dirigidos por Alejandro González Iñárritu. A colaboração entre os dois acabou depois de uma disputa pela autoria dos longas-metragens.

Também do México, Ignacio Padilla (Amphitryon, da Companhia das Letras) é o principal nome do chamado Manifesto do Crack, lançado em 1996 para romper com parte da literatura latino-americana produzida depois do realismo mágico de Gabriel García Márquez.

Da Argentina, três nomes foram confirmados. Alan Pauls é autor de O Passado, levado ao cinema por Hector Babenco, com publicação prevista para junho pela Cosac Naify. Rodrigo Frésan, conhecido por misturar gêneros e fazer referências à cultura pop, tem apenas um livro traduzido no país, Jardins de Kensington (Conrad).

O terceiro argentino, César Aira, de 58 anos, é um dos mais respeitados escritores rio-platenses de sua geração. Teve livros editados pela Iluminuras (A Trombeta de Vime) e pela Nova Fronteira (As Noites de Flores e Um Acontecimento na Vida do Pintor-Viajante). Antes da Flip, Aira vem a Curitiba (na próxima quarta-feira, dia 23) para lançar Pequeno Manual de Procedimentos pela Arte & Letra, na livraria da editora.

A África de língua portuguesa está representada por Mia Couto, que tem vários títulos publicados no Brasil pela Companhia das Letras, incluindo Um Rio Chamado Tempo, uma Casa Chamada Terra.

Em meio aos escritores, aparecem dois jornalistas, Robert Fisk e Lawrence Wright. Especialista em tópicos ligados ao Oriente Médio, Fisk lança aqui A Grande Guerra pela Civilização: a Conquista do Oriente Médio (Planeta), enquanto o americano Wright ainda recebe elogios por O Vulto das Torres – a Al-Qaeda e o Caminho Até o 11/9 (Companhia das Letras), vencedor do Pulitzer 2007 de não-ficção.

A lista de estrangeiros tem ainda uma trinca de escritores cultuados: Jim Dodge, de Fup (José Olympio), Will Self, de Grandes Símios (Alfaguara/Objetiva) e William Boyd, de Restless (a ser lançado pela Rocco durante a Flip). Um autor de romances policiais: Dennis Lehane, Sobre Meninos e Lobos (Companhia das Letras), adaptado ao cinema por Clint Eastwood. E um trio de desconhecidos no Brasil: Ishmael Beah (de Serra Leoa), Ahdaf Soueif (egípcia que vive em Londres e escreve em inglês) e Kiran Desai (indiana), todos com livros prestes a sair no Brasil.

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