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A Mondo Entretenimento, empresa responsável pela versão carioca do show "Live Earth", anunciou, nesta quarta-feira, que está estudando formas de reverter, o mais rápido possível, a liminar obtida pelo Ministério Público do Rio na terça-feira, que ordenou a suspensão do evento, conforme noticiou a coluna de Ancelmo Gois, no jornal O Globo. O evento, idealizado pelo ex-candidato à presidência americana Al Gore para despertar consciência ambiental, estava programado para acontecer no sábado, na Praia de Copacabana, e em mais sete países. O MP se pronunciou, dizendo que não acredita que a liminar será derrubada.

A RioTur, responsável pelo turismo municipal e envolvida na organização da parte brasileira do Live Earth, disse nesta manhã que ainda não havia sido informada da liminar , a qual ainda pode ser contestada na Justiça.

A Riotur informou também que já realizou duas reuniões preparatórias com os mesmos órgãos e as providências necessárias para o espetáculo - como 27 torres, 20 plataformas e cinco câmeras para policiamento, além de postos médicos, com 80 leitos, 300 banheiros químicos e tendas operacionais de controle do espetáculo - já foram tomadas.

A decisão judicial, da 4ª Vara de Fazenda Pública, foi resultado da ação civil pública proposta pela promotora Denise Tarin, da 3ª Promotoria do Meio Ambiente. A Justiça foi acionada depois que o inquérito instaurado pela promotora, a partir de representação enviada ao MP em maio pela Associação de Moradores dos Postos 2, 3, 4 e 5 de Copacabana, concluiu que a realização do show provocaria um sério problema de segurança pública.

A liminar alegou que haveria risco para o público, estimado em 700 mil, pois a PM admitia não ter gente suficiente para a segurança e que achava o show "inoportuno", a poucos dias do Pan.

Segundo a assessoria da Mondo Entretenimento, o departamento jurídico da empresa está estudando uma forma de reverter a liminar. Os organizadores estão "trabalhando para garantir, de acordo com as normas estipuladas pelos órgãos competentes, a realização desse importante evento internacional", diz um comunicado divulgado esta manhã.

Apesar dos esforços da produção, em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, a promotora Denise Tarin e o promotor de Cidadania Eduardo Santos de Carvalho afirmaram que não têm qualquer reunião marcada com a PM para discutir o assunto às 16h, como está sendo divulgado, e explicaram que não creem na derrubada da liminar na Justiça.

- A PM já nos informou, por ofício, que não tem como garantir a segurança das 700 mil pessoas previstas para comparecerem ao show, já que o efetivo está todo empenhado com o Pan. Não acredito que uma decisão judicial seja passível de revisão depois disto - afirmou a promotora. - Acho que este é um momento de reflexão: um evento que se propõe a defender o meio ambiente não pode causar o impacto que causaria em termos sonoro, viário, de resíduos de todos os tipos e de aquecimento global.

Denise Tarin afirma ainda que os organizadores do show não obtiveram o "nada opor" da PM, documento imprescindível para a realização do evento. Era preciso também, de acordo com decreto estadual, que a realização de eventos artísticos, sociais e esportivos fossem levados ao conhecimento da PM com antecedência mínima de oito dias e terem a autorização da PM.

Segundo a promotora, o município foi oficiado duas vezes pelo MP para informar sobre a organização do evento, mas não se manifestou.

- É muito temeroso realizar um show para 700 mil pessoas às vésperas do Pan e também num momento em que os policiais estão envolvidos nos freqüentes confrontos no Alemão. Além da falta de segurança para a população, os motoristas também serão atingidos em virtude do congestionamento que poderá ser causado pelo evento - concluiu a promotora.

O "Live Earth" está previsto para acontecer simultaneamente em oito países, com atrações como Black Eyed Peas, Linkin Park, The Police e Madonna. No Rio de Janeiro, a escalação inclui Xuxa, Jota Quest, Marcelo D2, Alcione, MV Bill, o rapper norte-americano Pharell Williams, Vanessa da Mata, O Rappa, a cantora norte-americana Macy Gray, Jorge Ben e o cantor Lenny Kravitz.

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