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Piaf vive

Anne Carrere usa voz e personalidade em tributo à maior cantora francesa de todos os tempos

Atriz Anne Carrere ouviu pela primeira vez “Non, Je Ne Regrette Rien” e “La Vie en Rose”, clássicos de Édith Piaf, ao lado da avó, fã de carteirinha da diva francesa. | Alain Biguet/Divulgação
Atriz Anne Carrere ouviu pela primeira vez “Non, Je Ne Regrette Rien” e “La Vie en Rose”, clássicos de Édith Piaf, ao lado da avó, fã de carteirinha da diva francesa. (Foto: Alain Biguet/Divulgação)

Como outras moças balzaquianas francesas, a cantora Anne Carrere teve contato com a música de Édith Piaf (1915-1963) de uma maneira tão natural quanto influente.

Foi ao lado da avó, fã de carteirinha da diva de cabaré, que ouviu pela primeira vez “Non, Je Ne Regrette Rien” e “La Vie en Rose”.

O causo simboliza a relevância monstruosa que Édith tem na memória afetiva francesa, já que sua chanson, com as benesses do tempo e por sua cinematográfica história de vida, atingiu outros níveis para além da execução musical.

Anne, discípula do ótimo pianista de jazz Michel Petrucciani (1962-1999), é a grande estrela do musical Piaf! O Show, que acontece no Teatro Positivo, na noite da próxima quinta-feira (19). Apresentado no último fim de semana no Rio de Janeiro para um Theatro Municipal lotado, o show celebra os 100 anos de nascimento de la môme.

“É a minha primeira vez no Brasil e estou emocionada”, diz Anne, definida pelo jornal francês Nice Matin como “parte integrante da herança de Édith Piaf”. “Por que eu canto Piaf?”, pergunta ao repórter, por telefone: “Porque ela é uma personagem grande e emocionante”, responde a musicista.

Inspirado em Piaf – Um Hino ao Amor (2007), filme de Olivier Dahan que deu o Oscar de melhor atriz a Marion Cotillard (parcialmente criticado por sua essência caricata e não tão realista), o musical é dividido em dois atos de 45 minutos.

Na primeira parte, relembra-se a Montmartre dos anos 1930, bairro de Paris em que Édith cantava, nas ruas e nos bares, para fazer um troco (e sobreviver). “Quando era jovem e pobre, durante o inverno e a neve, Édith cantava também para se aquecer”, diz Anne.

O segundo momento se passa em 1961, no palco do Olympia Bruno Coquatrix, em Paris. Lá, uma Édith já famosa pôs o mundo abaixo em um show memorável.

“Sabemos que a música é uma linguagem universal. A emoção de Piaf dialoga não só com os franceses, mas com o mundo. Por isso a música dela é sempre atual, porque fala com as pessoas diretamente”, explica Anne, de 30 anos.

Depois de se iniciar em Piaf com a avó, a cantora se tornou relativamente conhecida ao participar do programa televisivo Attention Mesdames et Messieurs, em que já emulava a verve sofisticadamente visceral de la môme.

Hoje, coleciona elogios. “A voz e a personalidade de Anne Carrere nos remetem à Édith Piaf no topo de sua carreira”, escreveu recentemente Bernard Marchois, diretor do Museu Piaf, em Paris.

O desafio de interpretar uma cantora inimitável foi resolvido na humildade. “Não quero imitar. Édith foi uma só”, diz Anne. “O que busco é interpretá-la com minha voz e minha personalidade”.

No palco do Teatro Positivo também estarão os músicos Arnaud Fuste (piano), Guy Giuliano (acordeão), Nicolas Luchi (contrabaixo) e Laurent Sarrien (percussão/bateria). Fotos e imagens inéditas da cantora e tradução (em inglês) das letras de algumas músicas serão compartilhadas com o público através de um sistema audiovisual.

Confirmando o caráter “unificador” da música de Piaf, Anne revela que hoje é o filho de 17 anos quem canta e se encanta com a artista.

“Talvez a grande missão do show seja a de preservar a memória de Édith. Continuar a fazer sua música circular, porque ela ainda tem fôlego”.

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