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  • Anne Hathaway e Jake Gyllenhaal: sexo, amor e doença de Parkinson

Vendida como uma comédia sobre a explosão do Viagra nos anos 90, Amor e Outras Drogas, que estreia nesta sexta-feira em circuito nacional, poderia tomar um processo por propaganda enganosa. A história sobre a invenção da pílula azul que garantiu (e ainda garante) ereções e satisfação sexual a milhões de homens e mulheres mundo afora, de fato, está entre os principais focos do longa-metragem, dirigido por Ed Zwick (Um Ato de Liberdade) e estrelado por Jake Gyllenhaal (O Segredo de Brokeback Mountain) e Anne Hathaway (O Diabo Veste Prada). Mas o que se destaca é o tom dramático da antiga e gasta fórmula "amor versus doença fatal".

Gyllenhaal é Jamie Randall, filho mais velho de uma família bem sucedida, que abandonou a faculdade de Medicina para tentar fazer fortuna em um espaço mais curto de tempo. Charmoso, sedutor e com fama de bem dotado, ele acaba se tornando o representante da empresa farmacêutica Pfeizer e é designado a comercializar o antidepressivo Zoloft, principal concorrente do po­­­­pular Prozac. Abusando de suas habilidades sedutoras, Jamie conquista secretárias e recepcionistas dos mais importantes consultórios psiquiátricos até que, em uma de suas inúmeras rondas médicas, se depara com a bela Maggie Murdock (Anne Hathaway).

Artista, solitária, despachada e de visual grunge – uma mistura de Kym, personagem de Hathaway em O Casamento de Rachel, com Sara Deever, papel de Charlize Theron, em Doce Novembro –, a garota de 26 anos sofre com os sintomas do primeiro estágio da doença de Parkinson. Mas a enfermidade não a impede de tentar levar uma vida normal – nem de convidar Jamie para alguns minutos de sexo casual em seu esculhambado apartamento ou em qualquer outro local disponível, a qualquer dia ou hora.

Os objetivos financeiros de Jamie decolam assim que o Viagra passa a ser comercializado. E o filme também. Este, aliás, é o único trecho capaz de arrancar algumas gargalhadas do espectador (esteja preparado para muitas, mas muitas, piadas sobre impotência, órgãos genitais e afins). A indústria farmacêutica e seus bastidores também são alvo de uma sátira mordaz e inteligente. Mas o tom bem hu­­­morado muda drasticamente, assim que a doença de Maggie assume as ve­­­zes de protagonista.

Caso você já tenha assistido a Doce Novembro (2001), o desenlace de Amor e Outras Drogas é mais do que previsível. A diferença aqui fica por conta da química entre Gyllenhaal e Anne, e de seus bons desempenhos. Mas, ao final do longa, os resquícios não são os risos causados pela piadas quanto aos efeitos do Viagra, nem a sintonia do casal de protagonistas, mas sim, a tristeza trazida pelos efeitos avassaladores de uma doença degenerativa cuja cura não re­­­side na ingestão de uma simples pílula azul. GG1/2

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