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Biografia

• Nascido em Santo Amaro da Purificação, Bahia, Emanoel Araújo, além da produção artística, foi responsável pela administração de importantes espaços culturais brasileiros e pela curadoria de exposições nacionais e internacionais.

• De 1980 a 1983, Emanoel atuou como diretor do Museu de Arte da Bahia. De 1992 a 2002, dirigiu a Pinocateca de São Paulo. Em 2004, foi secretário Municipal de Cultura de São Paulo. Atualmente, o artista é responsável pelo Museu Afro-Brasil, em São Paulo, instituição que se propõe a recontar a história da formação da sociedade e da cultura brasileiras a partir da perspectiva e da experiência do negro.

• Entre os trabalhos de Araújo como curador, está a seleção de 130 obras do acervo do Museu da Solidariedade Salvador Allende, de Santiago (Chile), para a mostra que está em cartaz no Museu Oscar Niemeyer desde o final de agosto.

Retrospectiva não é o termo mais adequado para definir a exposição Autobiografia do Gesto, do artista baiano Emanoel Araújo, inaugurada na última quinta-feira, 27 de setembro, no Museu Oscar Niemeyer.

Apesar de reunir 250 obras selecionadas por Agnaldo Farias, professor doutor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USO), produzidas por Araújo ao longo de 45 anos de carreira, a exposição, ao invés de simplesmente resumir a obra do curador, escultor, pintor, gravador e designer gráfico, serve como um guia pelos trajetos originários de sua concepção artística. Tratam-se de caminhos tortuosos em termos de versatilidade e amplitude, porém bastante coerente no quesito unidade.

Ao todo, a exposição reúne cerca de 130 esculturas e gravuras, além de 120 obras gráficas como cartazes, livros, programas e convites desenhados por ele – muitos destinados a suas próprias exposições e às programações dos espaços culturais que vem dirigindo ao longo de sua trajetória.

Entre os trabalhos selecionados por Farias, o núcleo de mais destaque fica por conta de Cosmogonia dos Símbolos, conjunto de 30 trabalhos, produzidos entre 2006 e 2007, em que Araújo combina formas geométricas esculpidas em madeira a cores vivas e materiais pertencentes à ornamentação de cerimônias religiosas e festejos populares. São obras em alusão a signos do sincretismo religioso e representações das divindades africanas.

A experiência adquirida como aprendiz do mestre Eufrásio Vargas, durante a infância em Santo Amaro da Purificação (BA), transparece nas peças de Cosmogonia..., todas dotadas de um preciso acabamento de marcenaria em pinho de riga (espécie de pinheiro, amplamente utilizado na construção civil e naval), unido a fragmentos de madeira torneados nos séculos 18 e 19 e a outros materiais, entre eles, vidro, ferro, miçangas, cristais, correntes e ferragens.

Combinados a cores profundas, tais elementos contribuem para a obtenção de uma atmosfera silenciosa, "um respeitoso tributo ao sagrado", na definição do artista.

Além da geometria ritualística dos trabalhos mais recentes, a exposição apresenta o conjunto de estantes Louise Nevelson, dedicado à artista russa radicada nos EUA, cujas esculturas marcam a paisagem nova-iorquina em locais como o Museu de Arte Moderna (MoMA); o Metropolitan Museum of Art; e num dos lobbies de uma das torres destruídas do World Trade Center, com as quais Araújo teve contato durante os anos 70.

A partir de fragmentos de madeira torneada de pés de cadeira e corrimãos de escadas, encontrados em Salvador, Araújo fez uma releitura das obras de Nevelson.

A mostra apresenta ainda a série Máscaras e oito relevos, obras em que o artista desenvolve um raciocínio complexo, pautado na fusão de formas ritualísticas com uma geometria rigorosa, resultante do diálogo de Araújo com o Concretismo paulista e o Neoconcretismo carioca, somados às fortes referências africanas e afro-brasileiras.

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Serviço: Autobiografia do Gesto – Emanoel Araújo. Museu Oscar Niemeyer (R. Marechal Hermes, 999), (41) 3350-4400. De terça-feira a domingo, das 10 às 18 horas. Em cartaz até 27 de janeiro de 2008. Ingressos a R$ 4 (adultos), R$ 2 (estudantes) ou livre (crianças de 12 anos, pessoas com mais de 60 anos e grupos de alunos de escolas públicas previamente agendadas).

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