Respirando arte. É dessa forma que a 41.ª edição do Festival Nacional de Teatro da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Fenata) deixou a cidade nos últimos oito dias. Foram mais de 20 espetáculos, numa edição com recorde de peças inscritas e um total de 187 companhias participantes. Essa edição, que se encerra amanhã, também deverá ser a última edição com caráter competitivo.
Peças dramáticas, musicais e comédias compuseram a grade, com duas atrações marcando a abertura do festival. Na categoria adulto, Acordes, da Cia. Cênica de São José do Rio Preto (SP), trouxe a emoção da atuação à mostra do público do Cine Teatro Ópera. "Não temos coxia. Do começo ao fim estamos todos em cena. É muito intenso", contou o diretor de arte, Fagner Rodrigues, à Gazeta do Povo.
O segundo destaque foi Uma História Oficial, da Cia. Cortejo, de Juiz de Fora (MG), na categoria Às Dez em Cena. O enredo conta a história de quatro personagens que começam a criar uma cidade e suas próprias regras. "Toda a história é construída em cena, aos olhos do público", revela a atriz, Lívia Gomes.
A Cia. Cênica trouxe ainda um segundo elenco para apresentar Auto da Anunciação. Segundo o grupo de atores, um festival do porte do Fenata é uma ótima oportunidade de viver a cultura. "A cultura deve ser tratada como um bem básico de qualquer cidadão, e um festival como esse, com incentivo, de certa forma, nos aproxima disso", opina o ator Glauco Garcia.
Diferentemente de outros festivais, como o de Curitiba, que não possui caráter de competição, o Fenata oferece espetáculos nos formatos competitivo, com teatro adulto e para crianças, e outra parte, não competitiva, com teatro de bonecos, de rua, uma mostra paralela e outra especial.
A coordenadora geral do Fenata, Márcia Dropa, explica que, para o próximo ano, os curadores e a comissão julgadora devem debater sobre a possibilidade de tornar o festival inteiramente não competitivo.
A mudança é vista de forma positiva. Para o autor e diretor da Cia. Cortejo Tairone Vale, o Fenata já está pronto para se tornar um festival não competitivo, já que o formato apenas representativo seria um avanço benéfico para o evento. "Tanto as companhias quanto o público só têm a ganhar, porque é uma maneira de ampliar o debate."
Embate
Entre as peças apresentadas nas categorias competitivas deste ano, nenhuma é de Ponta Grossa. A cidade está representada por apenas três grupos, que participam das mostras paralela e de rua.
O encerramento do festival, amanhã, será feito pelo Grupo Delírio, de Curitiba, com a peça Loucos de Pedra. Logo após o espetáculo, começa a premiação das peças vencedoras.
Público
Morando em Ponta Grossa desde o início de 2013, o estudante Fabrizzio Laroca se mostrou animado em participar de um festival de teatro. Segundo ele, morando numa cidade do interior, o acesso à cultura não é tão fácil. "Estou empolgado e quero assistir aos espetáculos." Para a projetista Adaina de Moura Jorge, o contato com o universo das artes é mais corriqueiro, porém, não menos importante. "Sempre vou a festivais de cultura."
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