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Cordeiro acredita em processos coletivos nos quais a ideia de autoria individual não existe | Cintia Ribas / Divulgação
Cordeiro acredita em processos coletivos nos quais a ideia de autoria individual não existe| Foto: Cintia Ribas / Divulgação

O compositor curitibano Felipe Luiz Cordeiro, de 26 anos, en­­tra em cena hoje no Museu Guido Viaro para um show de despedida da cidade. Na quinta-feira da semana que vem, 3 de março, ele viaja para a Argentina, onde mora a sua namorada, uma pianista que o músico co­­nheceu durante uma edição da Oficina de Música de Curitiba. Cordeiro não sabe se vai permanecer um mês ou um ano em Buenos Aires. A única certeza, por enquanto, é a apresentação de hoje.

A proposta se revela já no nome do show: Remador Inconsciente Remar: Canções de Feliz Luiz Cordeiro e Amigos. Serão apresentadas 13 canções, feitas em parceria por Cordeiro e outros compositores. Ao lado dele, um time de convidados. E a escalação lembra mesmo uma equipe de futebol, uma vez que são 11 artistas: Bianca Stinghen (voz), Lestar Baldini (voz), Cintia Ribas (voz), Hudson Muller (trompete e sax), Marc Olaf (bateria, baixo e coros), Thiago Ramalho (baixo, coro e beat-box), Constance Pinheiro (violino), Leonardo Pires (bandolim), Ernandes Go­­mes Ferreira (pandeiro), Alexandre Zampier (voz) e Giovani Farina (bateria).

Cordeiro diz estar interessado apenas em processos coletivos, "para extirpar a noção de autoria individual". "Estou dentro de uma cadeia comunitária, em meio a vários criadores. Sou, no máximo, o editor das canções", afirma.

O compositor empreendeu um percurso não óbvio até aqui. Entre 2002 e 2008, foi guitarrista da banda instrumental ruído por milímetro (ruído/mm), focada no pós-rock, na qual empunhava uma guitarra distorcida em meio à polifonia sonora. Mas ele estava insatisfeito pelo fato de, naquela experiência musical, não conseguir se expressar artisticamente. A virada de sua vida aconteceu quando, inesperadamente, ele foi apresentado ao maestro, arranjador e compositor Octávio Camargo. "O Octávio foi o sujeito que me mostrou que é possível encontrar uma poética, uma maneira pessoal de se comunicar", afirma.

Há dois anos, Cordeiro cursa Licenciatura em Música na Escola de Música e Belas Artes do Paraná (Embap), onde encontrou oportunidade de aprimoramento e, acima de tudo, diálogo com outros jovens compositores, muitos dos quais estarão a seu lado hoje à noite no Museu Guido Viaro.

Cordeiro se intitula violonista-trovador, pois, além do violão, ele apresenta histórias e a sua visão de mundo a partir das letras. Busca filosófica e recriação de paixões são alguns dos temas do repertório de canções que apresentam títulos sugestivos como, por exemplo, "Trabalho Espiritual", "Homem ao Mar", "Platonismo Criativo", "Enquadramentos Táteis" e "Sambaquis".

Entre os destaques desta apresentação, Cordeiro chama a atenção para a presença de Marc Olaf que, entre diversos projetos, faz parte da Strotz, uma banda grunge que surgiu na Colônia Witmarsum, localizada no município de Palmeira, a 65 quilômetros de Curitiba.

Serviço:

Remador Inconsciente Remar: Canções de Felipe Luiz Cordeiro e Amigos. Museu Guido Viaro (R. XV de Novembro, 1.348), (41) 3018-6194. Dia 22, às 20 horas. Entrada franca.

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