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O 13º Prêmio Multishow de música brasileira realizado na noite desta terça no Teatro Municipal do Rio se aproximou da linguagem do VMB da MTV em busca de uma imagem mais jovem para o canal. Los Hermanos levaram um prêmio dos cinco a que foram indicados, o mesmo ocorrendo com o Capital Inicial. Ana Carolina saiu com dois prêmios, de melhor CD por "Ana Carolina & Seu Jorge" e de cantora, e os demais foram pulverizados. O grande homenageado da noite foi Zeca Pagodinho, que apareceu na abertura cantando "Tropicália" com Caetano Veloso, Toni Garrido, Gabriel O Pensador, Negra Li e Tico Santa Cruz dos Detonautas.

A abertura ficou dentro do tema da edição 2006, "Hip rock samba pop", a velha histórias das misturas na música brasileira. Os repórteres que fizeram as entrevistas prévias receberam ordens de fazer os entrevistados falarem "Hip rock samba pop" com um H que dava nó na língua e todo mundo acertou de primeira, uma pseudopiada sem a menor graça.

O palco estava meio MTV, com oito telões de leds coloridos com projeções psicodélicas, dois deles na frente do palco com temas caleidoscópicos e hipnóticos, uma roda multicolorida girando o tempo todo, dava para curtir um barato ou então ser hipnotizado. Ainda havia varetas grandes cor de aço. Fernanda Torres segurou a onda sozinha, sem Nelson Motta, não convidado este ano, às voltas com a incômoda cauda de um vestido verde farfalhante. Ela estava um tanto sem graça nas brincadeiras, com direto a pequenos desvios: "Já que hoje é dia 13 me falaram para vir aqui perguntar pra vocês quem acredita em superstição", disse ela. Só que era dia 16, o prêmio é que estava na 13ª edição.

Outra novidade deste ano foi colocar duplas de apresentadores de prêmios para fazer alguma coisa original. Daí, Fernando Beat Box e Jair Rodrigues atacaram de "Deixa isso pra lá", Andreas Kisser e Altamiro Carrilho (na foto acima) atacaram de "Brasileirinho", um na guitarra, outro no flautim, Maria Paula e Bussunda fizeram um esquete sem graça. E rolou, como não podia deixar de ser, a habitual invasão de celebridades globais, de Fernanda Lima a Juliana Paes, esta tentando puxar "Mulheres" com o autor, Martinho da Vila.

Os números musicais foram apenas corretos. Rodrigo Amarante, do Los Hermanos, cantou "O vento", com aquela voz bêbada de sempre e o timbre sarapa da guitarra. Depois, incrédulo, foi receber o prêmio de melhor instrumentista, derrotando gente muito melhor no instrumento, como Yves Passarelli (Capital Inicial) e Frejat (Barão Vermelho). Ele reconheceu que não merecia, agradecendo "a quem acha que sou bom instrumentista". E se redimiu com a melhor frase da noite: "A gente se junta por afinidade, mas depois vê que a maior riqueza são as diferenças que se tem de um pro outro. Isso enriquece, muda pontos de vista e nos faz prestar atenção nas razões dos outros e não apenas nas atitudes".

Vanessa da Mata cantou seu "Ai, ai, ai", vencedora de melhor música. Marcelo D2 vestiu-se de capitão de fragata ou de piloto de avião para mais um capítulo da procura da batida perfeita, tendo como coral a la Blitz as vozes de Marjorie Estiano, Bianca Jhordão e Meg, do Luxúria. Jota Quest cantando "O sol" foi patético, ê banda ruinzinha.

No encerramento foi feita a homenagem a Zeca Pagodinho, com um vídeo que pega várias fases de sua vida e sambistas lustres cantando no telão "Verdade". Depois rolou um partido alto com a presença de cantores e compositores como Arlindo Cruz, Dudu Nobre, Luiz Grande, Marcos Nobre e Almir Guineto.

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