Falhas técnicas comprometeram a curta temporada do espetáculo Sítio do Picapau Amarelo O Musical em Curitiba. A peça, apresentada nos dias 30 e 31 de maio no Grande Auditório do Teatro Positivo, teve uma estreia complicada no sábado. Problemas de áudio e o não funcionamento de um microfone prejudicaram a boa sincronia da história apresentada no palco.
Fora isso, a equipe não foi muito beneficiada pelo espaço escolhido para receber a montagem. Por ser muito grande, o auditório dispersava demais o público formado, em sua grande maioria, por crianças de 3 a 9 anos.
Quanto mais distantes do palco, menor era o interesse dos pequenos pela atração. Várias crianças no primeiro dia pediram para ir embora. Por isso, fica um alerta aos produtores: analisar os recursos previstos nas atrações e avaliar melhor as possibilidades de teatros disponíveis para receber as montagens.
Voltando ao tamanho do Teatro Positivo. Na sequência em que os personagens do Sítio chegam ao Reino das Águas Claras, bolhas de sabão invadem o espaço. Como o local é demasiadamente grande, o efeito acaba não funcionando como o esperado.
Personagens como Quindim, o rinoceronte que fugiu do circo para se esconder no Sítio, passaram pelo palco sem dizer a que vieram devido à falha no microfone. Em uma sequência, Visconde de Sabugosa assumiu as falas que deveriam ser da figura fantástica. Ou seja: difícil segurar totalmente as pontas em cena...
Agora, um puxão de orelha na plateia. No sábado, se não bastassem todos os transtornos técnicos, a equipe teve ainda que lidar com a falta de limites de alguns adultos. Os seguranças precisaram manter o jogo de cintura para lidar com pais que simplesmente queriam soltar os filhos no palco em meio à peça. Mais um abacaxi desnecessário para o elenco.
Apesar de todos esses imprevistos, vale aqui ressaltar que a encenação tem muitos méritos e que no domingo a apresentação transcorreu sem maiores imprevistos. A adaptação de Flávio de Souza é fiel ao texto original de Monteiro Lobato e consegue com certo sucesso apresentar bem o universo mágico do autor às diferentes plateias.
A questão é que por conta disso a peça fica mais difícil para quem tem menos de 7 anos, pois o ritmo exige um pouco mais de concentração e atenção.
Do primeiro para o segundo ato, a montagem ganha mais agilidade. Entram em cena personagens típicos dos contos de fadas como Branca de Neve, Peter Pan e Chapeuzinho Vermelho para o inusitado casamento de Emília com o glutão Rabicó.
Vale aqui destacar a boa performance de Mariana Elisabetsky como a boneca de pano. Dos gestos à voz, a atriz recria com fidelidade o alter ego de Lobato. De maneira geral, os 18 atores têm desempenhos acima da média durante toda a encenação.
Os números musicais também chamam a atenção. Boas coreografias assinadas por Fernanda Chamma e destaque para a trilha sonora elaborada por André Abujamra e Ronnie Kneblewski.
As canções tradicionais ganharam arranjos novos e há composições exclusivas para o espetáculo, como a divertida faixa dedica à rabugenta Dona Carochinha.
Para quem não viu ou ficou decepecionado com os imprevistos técnicos do primeiro dia, um aviso: Sítio do Picapau Amarelo O Musical chega ao Rio de Janeiro nos próximos dias para uma temporada de dois meses. Merece um segunda chance, com certeza. GGG
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