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Faça um teste: abra revistas, masculinas ou femininas, tanto faz. Em suas páginas, um dos principais ingredientes, você deve ter percebido, é o sexo. Frases como "Tenha orgasmos múltiplos", "Saiba como satisfazer a amada", "Qual a sua fantasia sexual?" pipocam em suas páginas, ilustradas por deusas recriadas no Photoshop (aquele programinha de computador que trata fotos). Sex shops faturam alto com vibradores turbinados e géis capazes de multiplicar a sensibilidade rumo ao tão sonhado orgasmo. Enfim, de um tempo para cá, o assunto mais falado, e não necessariamente tão praticado, pelo ser humano invadiu outro veículo, se tornando um dos que mais rendem audiência e anunciantes.

É comum mudar de canal e dar de cara com diversos programas que têm como principal objetivo desvendar os mistérios relacionados ao tema. Ou apenas conquistar uns pontinhos a mais no Ibope.

- Tudo que está relacionado ao sexo vende muito bem, porque as pessoas têm de fato uma grande preocupação com o tema, além de ser capaz de despertar nelas sentimentos como a vergonha e o entusiasmo. Basta dar uma olhada para ver a quantidade de sites, emissoras de rádio e TV que têm lançado programas em relação ao assunto - explica Carla Cecarello, sexóloga que também foi pelo mesmo caminho e estréia, neste domingo (25), o "Sexo falado", às 00h40m na Rede TV!. O fato de o sexo ter conquistado um espaço de destaque na TV brasileira gera controvérsias. O mestre em sexologia clínica e psicólogo Arnaldo Risman acredita que profissionais especialistas no assunto deveriam ter seus próprios programas.

- Porque não dão oportunidade aos conhecedores do tema? Tem muita gente boa com mestrado por aí e que tem capacidade de sobra para ensinar o beabá no campo televisivo. Não podemos colocar qualquer pessoa apresentando um programa, pois ela pode até prejudicar a vida sexual de uma pessoa com determinadas respostas - avisa.

A VJ Penélope, da MTV, aposta na espontaneidade em seu "Ponto Pê". E faz sucesso na pele de "conselheira informal". Ela diz que não há uma fórmula para se falar sobre um assunto que, mesmo em tanta evidência, ainda é encarado por muitos como um tabu.

- A minha espontaneidade é sincera. Sempre brinquei com o duplo sentido das coisas e, toda vez que surgia uma oportunidade de usar o assunto como um aproximador de pessoas, me parecia um denominador comum mais divertido e menos polêmico e chato do que política, religião e futebol - diz.

Ok, ok. Penélope carrega trilhões de tatuagens e consegue falar de posições sexuais, masturbação e problemas com ereção sem papas na língua. Mas isso basta?

- Ela nunca deveria estar na TV, aquele programa é um horror e contribui para a deseducação - ataca a sexóloga Carla Cecarello. A VJ se defende e define, ironicamente, quem ganharia o título de "papa do sexo".

- A minha avó, que gerou meu pai, que gerou a minha mãe... Não creio que haja tal pessoa. Porque um estudioso do sexo perderia esse limiar, teria que generalizar, contabilizar, e assim, abrir mão da sua própria relação com o sexo. Afinal, sexo é prazer, e o prazer é, antes de qualquer coisa, é algo muito pessoal - diz ela, acrescentando: - Meu programa não foi feito para tirar dúvidas clínicas, mas sim para proporcionar a quem ligou uma conversa descontraída, que contenha suas próprias respostas.

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