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Projeto musical itinerante dá vez à viola

Sonora Brasil irá levar apresentações musicais de violeiros a 130 cidades do país. Em Curitiba, shows acontecem a partir de agosto

Paulo Freire e Levi Ramiro também integram a trupe de violeiros. | Marco Flávio/Divulgação
Paulo Freire e Levi Ramiro também integram a trupe de violeiros. (Foto: Marco Flávio/Divulgação)

Se hoje a música sertaneja assola as rádios e conquista os jovens com uma roupagem moderna, é porque há muitos anos artistas nos rincões do país pegaram uma viola para expressar suas histórias e sentimentos. A importância e a versatilidade do instrumento, porém, vão muito além da chamada música caipira. É o que pretende mostrar a edição 2015-2016 do projeto Sonora Brasil, desenvolvido pelo Sesc, que irá levar apresentações musicais a 130 cidades brasileiras.

“Violas brasileiras” é um dos temas da 18.ª edição do evento, cujo lançamento aconteceu em Vitória (ES). Serão quatro grupos musicais, cada um representando uma modalidade: violas caipiras, violas em concerto (música erudita), violas no Nordeste (com ritmos como repente e machete) e violas singulares (representando estilos de diferentes regiões do país, entre eles o fandango, do litoral paranaense). No Paraná, as apresentações terão início em agosto (veja o calendário).

“A viola é um instrumento de suma importância no desenvolvimento da música brasileira, é algo que tem uma brasilidade clara”, afirma Gilberto Figueiredo, assessor técnico de Música do Sesc, justificando a escolha do tema. “As pessoas associam a viola à música sertaneja, mas existem outras formas e repertórios. Queremos aprofundar o olhar sobre esse instrumento”.

Na modalidade “viola caipira”, os representantes serão os paulistas Paulo Freire e Levi Ramiro. Freire viveu no sertão do Urucaia (MG), de onde trouxe os ensinamentos do violeiro Mestre Manelim e os causos que conta durante suas apresentações. “Eu diria que a viola é um diamante bruto que tive a oportunidade de lapidar no sertão. Agora estou passando para frente o que os mestres me ensinaram”, diz.

Ramiro, por sua vez, não apenas toca como constrói a viola de cabaça, produzida a partir de uma planta com forma arredondada. “A viola é uma floresta de possibilidades. Ela tem potencial porque está inserida em costumes próprios do povo brasileiro”, afirma.

Uma característica das apresentações do Sonora Brasil é o não uso de microfones e sonorização, de modo a deixar o som mais natural possível.

Mas nem só de costumes populares vivem os violeiros. O mineiro Marcus Ferrer, que se apresenta no circuito “violas em concerto”, faz parte de um segmento que estuda a música no meio acadêmico e leva esse aprimoramento ao palco. “Eu não toco a música tradicional, são peças mais trabalhadas, com outra linguagem.

E quando você amplia esse horizonte, ganha a própria música tradicional”, avalia.

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