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As restauradoras Ângela Zampier (à esq.) e Jozele Penteado trabalharam por dois anos na recuperação das 41 obras | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
As restauradoras Ângela Zampier (à esq.) e Jozele Penteado trabalharam por dois anos na recuperação das 41 obras| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Exposição

MAC – Um Acervo Restaurado

Museu de Arte Contemporânea (R. Des. Westphalen, 16 – Centro), (41) 3323-5328. 41 obras do acervo restauradas. Inauguração hoje, das 17h às 20 horas. Visitação de terça a sexta-feira, das 10h às 19 horas. Sábado e domingo das 10h às 16 horas. Entrada franca. Até 31 de agosto.

Quarenta e uma obras do acervo do Museu de Arte Contemporânea do Paraná (MAC), de artistas como Dulce Osinski, Luiz Carlos Brugnera e Arcangelo Ianelli, que estavam deterioradas pelo tempo, poderão ser (re)vistas a partir de hoje, totalmente recuperadas, na exposição MAC – Um Acervo Restaurado, fruto de um projeto de Jozele Penteado e Ângela Zampier, com coordenação técnica de Maria Cecília Cavalcanti. Também integraram a equipe de restauro Renata Domit e Allan Sostenis Hanke.

O projeto de pouco mais de R$ 400 mil, viabilizado pela Lei Rouanet (com patrocínio de metade do valor da Copel e outra das empresas Goemil e Baldi), levou cerca de três anos para acertar com os patrocinadores. "Sempre há dificuldade em conseguir que empresários apoiem iniciativas dessa natureza. Geralmente, eles preferem áreas que dão mais visibilidade, como música e cinema", salienta Jozele. As restauradoras selecionaram as obras da exposição de acordo com a necessidade de reparo.

Além dos trabalhos em papel e tela, é possível ver na mostra uma instalação de Luiz Henrique Schwanke – a equipe também foi responsável por recuperar um trabalho de Abraham Palatnik, que ficou exposto em uma mostra sobre o artista no Museu Oscar Niemeyer, e agora seguiu para o Museu de Arte Moderna de São Paulo.

Outra preocupação das idealizadoras foi mostrar o processo de restauração por fotos. Ao lado de cada uma das obras, há um "antes e depois". Em uma das mais importantes da mostra, Significado II (1975), do chileno Hugo Zanzi, as imagens pré-restauração apontam áreas com craquelês, perda de pintura e até dobras na tela. Em outro trabalho, de Inácio Rodrigues, foi necessário desempenar o quadro em madeira, o que incluiu a medição da umidade relativa do ar para o processo, e colocação de cantoneiras para "assentar" o quadro.

Além da restauração, as profissionais fizeram questão de estabelecer contato com artistas vivos que tiveram obras recuperadas. "Esse diálogo ajudou muito no trabalho, para sanar dúvidas sobre questões que sempre surgem. A conversa contribuiu para revertermos a ação do tempo de forma adequada", ressalta Ângela.

Parceria

A diretora do MAC, Lenora Pedroso, lembra que o cuidado com o acervo é um dos principais desafios do museu hoje, pois não há um corpo de funcionários para realizar uma restauração além da preventiva. "Felizmente, temos essa oportunidade de parceria com restauradores independentes", destaca. Esse é o segundo projeto das profissionais em conjunto com o museu (o primeiro foi em 2009, e recuperou 200 obras). Um terceiro já está em fase de captação.

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