Próxima parada: Circular

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A espera foi grande, mas, finalmente, o longa-metragem paranaense Circular, resultado do trabalho coletivo de cinco cineastas, que também assinam o roteiro, finalmente tem data de estreia marcada. No feriado do dia 12 de outubro, o filme chega às salas de exibição de Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro com um total de nove cópias.

VÍDEO: Assista ao trailer de Circular

Com direção compartilhada pelos diretores Aly Muritiba, Adriano Esturilho, Bruno de Oliveira, Fábio Allon e Diego Florentino, Circular, ou melhor, o seu roteiro, foi vencedor, em 2009, do prêmio de R$ 1 milhão do Edital de Longa-Metragem de Baixo Orçamento do Ministério da Cultura (MinC) – o mesmo que permitiu a realização de Estômago (2007), consagrado filme do curitibano Marcos Jorge. Desde o ano passado, tem percorrido o circuito dos festivais, e agora se prepara para seu maior desafio: enfrentar o grande público.

Será o segundo longa curitibano a chegar aos cinemas neste semestre. Há pouco mais de um mês, estreou, com oito cópias, e apenas na capital paranaense, Curitiba Zero Grau, de Eloi Pires Ferreira (de O Sal da Terra), que até o fim de semana passado havia feito 9.650 espectadores, um número respeitável, ainda que não espetacular, mas que atesta existir, sim, um público potencial para produções locais.

Segundo Antonio Jr., um dos produtores de Circular, já é certa a exibição do filme no Espaço Itaú de Cinema e pela rede de multiplexes Cinemark, e estão avançadas as negociações com a UCI, que em Curitiba tem salas nos shoppings Estação e Palladium. Para a distribuição, divulgação e lançamento em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Grafo Audiovisual e a Processo MultiArtes, produtoras do longa, vão contar com Silvia Cruz, da Vitrine Filmes, que tem feito um trabalho bastante importante na busca por espaço no circuito exibidor para filmes independentes e de baixo orçamento.

Interbairros

O argumento de Circular é bastante original. Tem como cenário e elo de ligação entre os personagens e o tradicional ônibus verde Interbairros, cuja peculiaridade é o fato de cruzar a cidade, passando por inúmeras regiões da capital, das mais afluentes às mais pobres, o que aproxima Circular de Curitiba Zero Grau, que também tem essa proposta de revelar as múltiplas facetas da metrópole, problematizando clichês consolidados.

É no coletivo que Carlos (o uruguaio César Troncoso, de O Banheiro do Papa e XXY), um estrangeiro que acaba de chegar ao Brasil, assalta o cobrador e pugilista Lourival (Santos Chagas, de Sol na Neblina), faz de refém uma artista plástica grávida (Letícia Sabatella) e é surpreendido por um policial evangélico (Marcel Szymanski, um dos detentos vistos em Estômago).

Cada cineasta dirigiu uma das cinco histórias que narram um dia na vida dos personagens centrais – até o momento em que eles se cruzam no ônibus. Alguns circulam por mais de uma história.

A ideia do projeto, desde seu nascimento, foi respeitar a personalidade estilística de cada realizador sem comprometer a unidade narrativa e visual do longa.

O roteiro, que partiu de um argumento desenvolvido pelos diretores conjuntamente, foi escrito a dez mãos. Após uma discussão para definir os protagonistas, cada um ficou responsável por escrever 15 páginas sobre o personagem escolhido e, depois, eles voltaram a se reunir para arrematar o tratamento final.

O orçamento estimado do filme é de R$ 1 milhão, valor do prêmio concedido pelo edital do MinC. Para lançá-lo, os produtores vão desembolsar R$ 23 mil e está em busca de parcerias com emissoras de rádio, televisão e jornais, para incrementar a divulgação da estreia.