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Breviário Gota D’Água: espetáculo musical parte da peça escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes com inspiração no clássico Medeia. As apresentações ocorrem de sexta até domingo no Teatro da Caixa | Carolina Andrade/Divulgação
Breviário Gota D’Água: espetáculo musical parte da peça escrita por Chico Buarque e Paulo Pontes com inspiração no clássico Medeia. As apresentações ocorrem de sexta até domingo no Teatro da Caixa| Foto: Carolina Andrade/Divulgação

Os curitibanos terão a oportunidade de conferir neste fim de semana o que é o projeto Breviário concebido por Heron Coelho, a partir de 2005, no Sesc Ipiranga, em São Paulo.

Naquele ano, o diretor, conhecido pelo seu envolvimento com musicais, como Por Lamartine... Babo! – Do Guarani ao Guaraná, decidiu reler textos de autores brasileiros por meio de montagens, em um primeiro momento, sem qualquer apelo comercial.

Outra característica da proposta: todas as peças deveriam ter mú­­­sica ao vivo.

O projeto Breviário, que se desdobrou em uma companhia sem elenco fixo, viabilizou encenações de textos de Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha (1936-1974) e de Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006), de quem Coelho era amigo e discípulo.

Em 2006, o dramaturgo sentiu a necessidade de levar aos palcos uma nova versão de Gota D’Água, peça escrita em 1975, com músicas e letras de Chico Buarque e Paulo Pontes. E é exatamente essa montagem que chega ao palco do Teatro da Caixa nesta sexta-feira (3), sábado (4) e domingo (5).

Breviário Gota D’Água (confira o serviço completo da peça) é uma a­­­dap­­tação livre da proposta de Chico e de Pontes. As diferenças começam pela duração: a montagem, realizada na década de 1970, tinha mais de quatro horas duração, en­­quanto a de Coelho não ultrapassa 120 minutos.

Mas tanto a primeira como essa "nova" versão de Gota D’Água apresentam pontos em comum, sobretudo, pela atualidade do assunto. A distribuição de renda provocava e segue a cavar um fosso intransponível entre pobres e ricos, com consequências as mais perversas, a começar por esse flagelo que é a violência urbana.

"O espectador percebe, desde o início da apresentação, que o texto diz muito sobre o Brasil de 2010, com as suas contradições e becos aparentemente sem saída", diz Coelho, que em seguida completa: "Só estou interessado em textos de autores brasileiros, os que conhecem a realidade nacional, justamente para provocar alguma reação no público. Teatro apenas por entretenimento não é comigo".

Breviário Gota D’Água se passa em um conjunto habitacional e tem como personagem central Joana, uma representação contemporânea de Medeia – que rendeu à atriz Georgette Fadel o Prêmio Shell.

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