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Fabian e Cristiane pararam quase por acaso em uma exposição. Os dois andavam pelo Centro de Curitiba e foram ajudar alguns turistas perdidos a encontrar um shopping. Acabaram entrando e, de repente, deram de frente com uma exibição de fotos de todo o mundo. Era a World Photo Press, que desde o mês passado está montada dentro do Shopping Estação. O casal se empolgou e logo estava percorrendo os corredores para ver de perto as imagens premiadas no concurso, um dos mais importantes do fotojornalismo mundial.

Embora trabalhem com algum tipo de arte – ele é músico e ela é bailarina de flamenco –, eles nem sequer conseguiam se lembrar de quando foi a última vez em que estiveram juntos em uma exposição, fosse de fotos, ou de outro tipo de artes visuais. "A gente põe tempo demais no trabalho e fica sem fazer essas coisas", conta Cristiane Macedo. A ida ao shopping casada com o passeio artístico ficou sendo uma feliz coincidência.

A exposição da entidade World Photo Press faz parte de um tipo de mostra que, principalmente devido ao tema, recebe visitantes que nem sempre se disporiam a parar tudo para ir a uma galeria ou a um museu. É o caso de outra mostra também em cartaz neste momento em Curitiba, montada pelo Instituto Goethe. Trata-se de Planeta Futebol, que tem 50 imagens mostrando a influência do esporte em diversos cantos do mundo. É uma preparação do instituto alemão para a Copa do Mundo deste ano.

"São exposições em que o mais importante nem sempre é a foto, é o tema de que elas estão tratando", diz Milla Jung, coordenadora do Núcleo de Estudos de Fotografia. De acordo com ela, as pessoas têm mais proximidade com o fotojornalismo, que permeia essas duas exposições, do que com outros tipos de foto. "Principalmente porque isso é um tipo de trabalho ao qual o público está acostumado, está na mídia o tempo todo", comenta.

Popularização

Em certo sentido, Milla adivinhou o que mais chamou a atenção do visitante Jonas Roni Peter, que passou ontem pela manhã na Planeta Futebol. Para o técnico em telecomunicações, o que mais importou foram os temas retratados. Entre as fotos que ele destacou, estavam a de alguns garotos camaroneses jogando futebol em meio a uma várzea e de meninos portugueses disputando uma partida, cada um debaixo de seu próprio guarda-chuva.

Para o artista plástico Sidinei da Silva Branco, o fato de uma mostra de fotos ir a um shopping center é um ponto positivo para a cultura. "É bom para que a artista atinja todo o tipo de público, para que a exibição não seja elitizada", comenta ele, que também foi parar na World Photo Press por acaso. No caso dele, no entanto, ir a exposições é algo freqüente e até mesmo necessário ao trabalho. "Mas, por coincidência, dessa aqui eu não sabia", diz.

Segundo Milla Jung, dificilmente esse tipo de mostra vai fazer com que algum visitante pouco acostumado a enxergar a fotografia como arte passe a ir mais em exposições ou a se interessar pelo tema. "Mas acho ótimo que as pessoas possam ver esses trabalhos, até porque a qualidade do material é ótima", comenta ela.

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