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Max Conradt Jr. e sua coleção de autorretratos de pintores paranaenses | Elisandro Dalcin/Divulgação
Max Conradt Jr. e sua coleção de autorretratos de pintores paranaenses| Foto: Elisandro Dalcin/Divulgação

Cinema

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  • Rafael Urban e Terence Keller: melhor direção em Brasília

Será exibido hoje, pela primeira vez em sessão aberta ao público de Curitiba, o filme A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês?, dos cineastas paranaenses Rafael Urban e Terence Keller. Para que mais pessoas possam assisti-lo, o curta-metragem terá duas sessões, às 19 e 20 horas (veja o serviço completo no Guia Gazeta do Povo). Após a primeira projeção, às 19h30, haverá um breve debate com a participação dos diretores e de Max Conradt Jr., protagonista do curta. A mediação ficará por conta do também cineasta Eduardo Baggio.

Em setembro passado, a produção ganhou três prêmios no 46.º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, um dos mais importantes do país: o troféu Candango de melhor direção, na competição de documentários em curta-metragem; o Prêmio da Crítica, atribuído pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine); e o Prêmio Aquisição Canal Brasil de Incentivo ao Curta-metragem.

A Que Deve a Honra da Ilustre Visita Este Simples Marquês? levou um bom tempo para chegar às telas. O envolvimento de Urban e Keller com Max Conradt Jr. teve início em 2007, quando os diretores o conheceram à saída de uma sessão do Festival Nacional de Cinema de Arquivo (Recine), no finado Cine Luz, na Praça Santos Andrade.

Max estava lá com cartazes de filmes antigos, integrantes de sua vasta coleção de pôsteres. Curioso, Keller ficou com um cartão daquele senhor atencioso e cheio de histórias para contar, sem saber que, em sua casa de quase 500 metros quadrados, no bairro Mercês, ele abrigava não apenas milhares de cartazes, como inúmeras outras coleções.

No ano seguinte, Urban, então repórter do jornal Folha de Londrina, publicou um perfil bastante detalhado de Max. Todavia, seu vínculo com o comerciante, que foi um dos donos da tradicional loja curitibana de moda infantil Maison Blanche, não se encerrou ali.

O cineasta, diretor de Ovos de Dinossauro na Sala de Estar (2011), outro documentário em curta-metragem bastante premiado, percebeu que estava diante de um personagem extraordinário, e, ao lado de Keller, decidiu produzir um curta sobre o colecionador. Fizeram a inscrição na Lei de Incentivo à Cultura, por meio do Mecenato e, a partir disso, captaram R$ 54 mil para realizar o filme.

Tesouros

Entre as coleções de Max, estava a de livros relacionados à história e à cultura do Paraná – em torno de 8 mil títulos – recentemente doada ao Instituto Histórico e Geográfico. Em uma das salas de sua casa – uma espécie de museu e arquivo conjugados à residência –, ele abriga 10 mil exemplares de coleções completas de revistas nacionais, como Veja, Época, Manchete e Fatos & Fotos, além de publicações estrangeiras. Da Playboy norte-americana ele tem quase todas as edições desde 1952. Faltam cinco exemplares e, no filme, ele diz ser dono de uma cópia do número inaugural, com Marilyn Monroe estampada na capa, mas não a mostra. Diz não lembrar onde a guardou.

Colecionista compulsivo, Conradt Jr. tem paixão por pinturas e especial predileção por autorretratos. Tanto que possui vários de alguns dos mais importantes artistas paranaenses, como Miguel Bakun, Alfredo Andersen, Guido Viaro, Helena Wong, Paul Garfunkel, entre outros.

O convívio com os artistas era bastante próximo. Muitos deles, inclusive, chegaram a frequentar a sua casa, em encontros anuais, realizados entre 1985 e 1995, batizados de "Dia da Primavera", sempre no mês de setembro. Dessas reuniões, Max conta no filme guardar lembranças, das mais doces às mais pitorescas.

De sua pinacoteca, duas telas têm enorme valor sentimental. Uma delas é uma paisagem de um barco na África, pintada pelo pai, que foi soldado na Primeira Guerra e abandonou sua mãe e Max, quando ele era ainda menino. "Foi tudo o que restou dele."

A outra pintura, dos anos 1970, é um retrato da cantora Maysa, de quem Max era fã incondicional. O quadro é do pintor Álvaro Borges e custou-lhe o equivalente a vários salários, e uma crise familiar, que rendem ao filme, um de seus muitos momentos memoráveis.

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