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Lá pelas nove e pouco da noite do último sábado, quando Odair José já fazia até os moradores dos prédios vizinhos ao bar O Torto, no bairro São Francisco, se dependurarem na janela para cantar músicas que foram bregas e que hoje fazem parte de um nicho consolidado da MPB, um vendedor de rosas completava aquela festa brega-cult, oferecendo botões vermelhos a casais que dançavam.

O que o Quadra Cultural conseguiu, novamente, foi promover quase dez horas ininterruptas de uma programação variada. Por isso mesmo, talvez, não tenha agradado a todos, mas há que se aplaudir a iniciativa de Arlindo Ventura, idealizador do projeto, que de uma forma funcional e produtiva vem tentando resolver os problemas que existem na região. E a causa, pelo jeito, foi comprada facilmente, já que muitas das cerca de 4 mil pessoas – famílias inteiras, jovens e contemporâneos de Odair – que passaram pela Paula Gomes, entre a Trajano Reis e a Duque de Caxias, foram mais para apoiar a causa do que para cantar "Cadê Você".

A banda Gente Boa da Melhor Qualidade e a Supercolor foram os destaques da tarde. Ainda que prejudicadas por pequenos problemas no som, a primeira relembrou sambas eternos; e a segunda fez releituras de músicas que hoje se encontram em uma espécie de limbo cult – aquelas que todo mundo sabe a letra, mas tem vergonha de cantar –, como "Nuvem Passageira", sucesso estrondoso de Hermes de Aquino.

Às 21h15, Odair José ganhou o palco e completou a festa eclética. Seus maiores clássicos fo­­ram cantados em uníssono, os "teclados de churrascaria" ressoaram com toda a força e o público vibrou ao ver um sujeito que, aos 62 anos, mantém a pose de galã do suburbano.

Como a Virada Cultural, evento de sucesso em 2010, a Quadra Cultural é outra prova de que o curitibano gosta de uma festa. Melhor ainda se ela for gratuita e a céu aberto. Para o ano que vem, Genival Lacerda é o favorito a comandar o evento que, com méritos, já entrou na agenda cultural da cidade.

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